A janela de disputa do Rip Curl WSL Finals começa nesta quinta-feira e vai até o dia 17. Os organizadores vão escolher o melhor momento baseado na previsão das ondas para realizar as baterias em um único dia. O evento será transmitido ao vivo pelo WorldSurfLeague.com e pelo YouTube e aplicativo da World Surf League e pelos canais da ESPN Brasil.
Batizado de WSL Finals, a decisão do circuito mudou de formato nesta temporada. A última etapa não é mais no Havaí, onde ocorria o tradicional Pipe Masters, nem o campeão será decidido no sistema de “pontos corridos”. Desta vez, a WSL (Liga Mundial de Surfe) optou por fazer um evento em dia único com cinco surfistas de cada gênero mais bem colocados no ranking mundial.
O local escolhido foi Trestles, na Califórnia, que possui ondas para os dois lados e possibilita uma variedade de manobras. E o formato também é inédito. O quinto do ranking, o australiano Morgan Cibilic, encara Conner Coffin, dos Estados Unidos, em bateria decisiva. Quem passar pega Filipinho, terceiro do ranking. O vencedor deste duelo disputa com Italo uma vaga na final. Quem passar pega Medina na decisão em uma melhor de três baterias. Ou seja, a chance de dar um surfista do Brasil no masculino é enorme.
“Acho que tanto faz quem chegará para disputar a final comigo. Acho que será uma decisão brasileira, pelos resultados e constância na temporada, e como sempre vai ser difícil. Eu me preparei da melhor maneira possível e a expectativa de altas ondas me deixa confiante. Que vença o melhor”, afirma Gabriel Medina, que é bicampeão mundial e busca seu terceiro troféu. “O Brasil está vivendo um grande momento no surfe, eu aprendo e evoluo com esses caras, e inspiro também. É uma troca boa”, continua.
Ele fez uma temporada excelente no circuito, chegando em cinco finais nas sete etapas. Teve uma pontuação bastante alta que, se fosse em outros anos, na disputa em outro formato, chegaria ao último evento como campeão antecipado. Mas agora vai precisar lidar com o favoritismo de um ano ótimo contra rivais que conhece desde pequeno e que sempre disputou baterias.
Um dos atletas que pode atrapalhar o sonho do tricampeonato é Italo Ferreira, atual campeão mundial (em 2019, pois no ano passado a competição não ocorreu por causa da pandemia da covid-19) e que recentemente conquistou o ouro olímpico nos Jogos de Tóquio. “Finalizar essa temporada com mais um título mundial seria o ano perfeito. Tenho me dedicado muito, a oportunidade está aí e quero agarrar”, avisa.
Ele também elogia seus adversários e enaltece o ótimo momento do País na modalidade. “Um puxa o nível do outro e isso é legal, eleva o nível do surfe para outro patamar. A gente se respeita bastante e para quem admira o esporte isso é um espetáculo. São caras que eu admiro muito, mas quando entro na água quero fazer o melhor porque é um esporte individual”, continua.
Dos três, Filipe Toledo foi o único que não esteve na Olimpíada e também não tem título mundial. Mas o atleta tem um trunfo importante para essa disputa: vai surfar praticamente no “quintal” de sua casa. Ele mora em San Clemente, na Califórnia, a 10 minutos da praia de Trestles. Além da proximidade, conhece o local como poucos.
“Para mim será um evento diferente, mais tranquilo. Como moro muito perto, vou dormir em casa com minha mulher e meus filhos. Vou poder comer bem, com mamãe fazendo o almoço, e as preocupações diminuem. Então acaba sendo algo mais leve e divertido, e mesmo sendo uma disputa de título mundial, estou confortável”, revela.
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