O atacante contou com a velha parceria com Gabriel, responsável pela primeira assistência, e com boa sintonia com Vitinho, autor do passe do segundo gol. Apesar disso, o time carioca saiu de campo com a impressão de que poderia ter feito ainda mais, uma vez que o time equatoriano jogou o segundo tempo inteiro com um jogador a menos.
Se Palmeiras e Atlético-MG apostaram na cautela na terça, no jogo de ida da outra semifinal, Flamengo e Barcelona foram para o tudo ou nada nos primeiros 15 minutos no Maracanã. Sem medo de arriscar, os dois times buscaram o ataque, compondo um dos melhores 45 minutos desta Libertadores. Tudo aconteceu no primeiro tempo, incluindo os gols de Bruno Henrique, que ainda sofreu a falta que causou a expulsão de Molina, nos instantes finais da etapa.
Com a boa vantagem construída nesta noite, o Flamengo entrará em campo na quarta-feira que vem, dia 29, em Guayaquil, no Equador, em situação favorável. Avança à terceira final de Libertadores da história do clube se perder por um gol de diferença ou mesmo se a desvantagem for de dois, caso balance as redes. O gol fora é critério de desempate.
A vitória rubro-negra pôde ser acompanhada de perto por parte de sua torcida. O jogo teve caráter de evento-teste da prefeitura do Rio de Janeiro para a futura liberação total das arquibancadas. Para o Maracanã, foram colocados à venda 35 mil ingressos. Cerca de 23 mil torcedores estiveram presentes no estádio.
E, diante deles, o técnico Renato Gaúcho promoveu a estreia de David Luiz logo como titular e escalou Andreas Pereira na vaga de Diego e Vitinho, no posto do machucado Arrascaeta. E, por alguns minutos, a torcida pôde ter concluído que a ausência do uruguaio havia desequilibrado todo o time rubro-negro.
Isso porque os primeiros 15 minutos de jogo foram em alto ritmo, com chances para ambos os lados. Mas logo ficou claro que o Barcelona trazia mais perigo em campo, por usar a força e a velocidade, algo que o Fla não está acostumado a enfrentar. Aos 6, Diego Alves salvou em duas grandes defesas quase à queima-roupa.
Em outros dois lances, aos 10 e aos 11, o time equatoriano ficou perto de abrir o placar. Os visitantes investiam sempre pela direita, lado de David Luiz, um pouco perdido em campo no primeiro tempo. O Barcelona quase sufocava o Flamengo quando tudo mudou a partir dos 21 minutos. Gabriel cruzou da direita e Bruno Henrique escorou de cabeça na pequena área, balançando as redes e mudando completamente a história do jogo.
Antes pressionado, o time carioca ganhou confiança com o gol e passou a pressionar. Foram duas bolas no travessão, aos 33 e aos 36, com Bruno Henrique e Andreas Pereira. Em seguida, o embalado atacante anotou seu segundo gol na partida, desta vez com passe de Vitinho, aos 37.
A situação ficou ainda mais favorável à equipe brasileira quando Molina acertou Bruno Henrique por trás, levou o segundo cartão amarelo e foi expulso de campo, pouco antes do intervalo.
Com vantagem numérica em campo e no placar, o Fla foi para cima no segundo tempo. Mas sem a mesma fome da etapa inicial. De um lado, o Barcelona era mais cauteloso e na tentativa de evitar um estrago maior. Do outro, Renato Gaúcho trocou Vitinho, um dos motores do time na etapa inicial, por Thiago Maia. A equipe carioca era menos veloz e aguda no ataque, quase sempre esperando por um erro da defesa equatoriana.
Os 20 minutos finais do jogo se tornaram quase um treino de luxo para Renato Gaúcho, que testou Pedro formando trio de ataque com Michael e Gabriel. E ainda pôde comparar os desempenhos de David Luiz e Léo Pereira, substituto do estreante no segundo tempo e que expulso nos instantes finais ao acertar cotovelada no rosto de Leon. Sem sofrer ameaças e também sem arriscar mais, o Fla assegurou a boa vantagem na semifinal da Libertadores.
FICHA TÉCNICA:
FLAMENGO 2 x 0 BARCELONA-EQU
FLAMENGO – Diego Alves; Isla (Matheuzinho), Rodrigo Caio, David Luiz (Léo Pereira) e Renê; Willian Arão, Andreas Pereira (Pedro), Everton Ribeiro e Vitinho (Thiago Maia); Bruno Henrique (Michael) e Gabriel Barbosa. Técnico: Renato Gaúcho.
BARCELONA-EQU – Burrai; Castillo, Leon, Riveros e Pineida; Piñatares, Molina, Martínez (Montaño) e Preciado (Perlaza); Díaz (Carcelén) e Mastriani (Garcés). Técnico: Fabian Bustos.
GOLS – Bruno Henrique, aos 21 e aos 37 minutos do primeiro tempo.
CARTÕES AMARELOS – Rodrigo Caio.
CARTÕES VERMELHOS – Molina e Léo Pereira.
ÁRBITRO – Andres Cunha (Uruguai).
RENDA – R$ 4.062.780,00.
PÚBLICO – 22.193 pagantes (23.083 no total).
LOCAL – Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ).
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