Marcelo Coan
A informação foi confirmada pelo próprio prefeito, Rafael Caleffi. Segundo ele, essa é uma decisão pessoal, mas que foi pavimentada com consentimento da família, o MDB e demais partidos que compõem o governo. Ele justifica a decisão alegando que sai com sentimento de dever cumprido. Ao avaliar os seis anos em que esteve a frente do governo municipal, ele resume dizendo que o único projeto que não consegui executar foi o do Parque Bracatinga. Caleffi permanece na vida pública, na condição de prefeito, até o dia 28 de fevereiro de 2023. Embora ainda não exista nada oficial, o ato de renúncia deve acontecer no dia 1° de março de 2023.
Embora a saída esteja certa, Caleffi finaliza e é responsável pelo exercício 2022. “O ano fiscal é meu”. Em relação a 2023, o prefeito adianta que inicia como prefeito e na sequência cumpre um período de férias – questão legal. No retorno, por volta do dia 15 de fevereiro, deve assinar tudo o que for de sua responsabilidade e viaja para Brasília, onde deve apresentar ao vice-prefeito, Agustinho Assis Menegatti, os técnicos dos ministérios. “Quero levar ele nas pessoas que, independente de governo, estão lá para despachar e acelerar os processos”, detalha.
Em relação ao momento, Caleffi confessa que existe um processo de transição. Isso, na prática, significa que ele não assina nada sem o conhecimento e anuência de Menegatti. Segundo ele isso será mantido até o ato oficial de renúncia.
Decisão
Caleffi explica que para entender a decisão é preciso voltar no tempo, em 2016, na primeira eleição, quando ele renunciou um concurso público que havia passado para honrar o mandato no Executivo municipal.
Segundo ele, também pesou na decisão o resultado da eleição presidencial. Caleffi, que tem formação na área do direito, entende que um dos candidatos, o qual foi vencedor no pleito em outubro de 2022, teria sido condenado em instancias superiores por um colegiado de juízes. “Eu não consigo admitir. Esse cara saiu pela decisão de uma pessoa, de um ministro do STF, dizendo que teve um erro processual onde ele deveria ter sido julgado em Brasília e não em Curitiba. No meu ponto de vista, como advogado, acho que foi uma tremenda sacanagem do STF”, afirma. O prefeito lourenciano conta que “bateu o martelo” no dia 30 de outubro, após o resultado da eleição ao governo federal.
Caleffi justifica que, como sempre trabalhou com lisura e retidão, não admite sentar na mesma mesa que Luiz Inácio Lula da Silva e o quadro de ministros para pleitear recurso. “Para não prejudicar o município, eu prefiro renunciar”, disse justificando que todos os municípios necessitam de recursos federais.
Junto com isso, Caleffi afirma que a decisão é amparada pela confiança que tem no vice-prefeito. “Ele possui um bom trânsito em Florianópolis e em Brasília. Ele não deixará a desejar ao município”. O prefeito entende que Menegatti preservará o conceito do governo. Embora não tenha interesse de voltar ao cenário político como candidato, Caleffi adianta que permanece a disposição, na condição de conselheiro.
Atuação
Com a saída da vida pública, Caleffi vai enveredar na iniciativa privada. Como registrado por ele mesmo, empresários lourencianos, com atuação na região Sul do país, apresentaram uma proposta, a qual foi aceita no dia 30 de outubro. “Quando eu sai do meu escritório [de advocacia] em 2016, eu perdi os meus clientes. Eu tenho dois filhos e não tenho hoje como voltar para a advocacia sem prejuízo do meu próprio sustento”, disse explicando que dentro dessa área o retorno financeiro demora em torno de dois ou três anos. “Estou muito feliz de ter contribuído com São Lourenço do Oeste e feito a diferença”.
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