
A 3ª Caminhada do Meio-Dia contra o Feminicídio reuniu, nesta terça-feira (22), milhares de pessoas nas ruas de Curitiba e em outros 180 municípios do Paraná, consolidando-se como um dos principais atos de conscientização sobre a violência de gênero no estado. A mobilização marca o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, instituído pela Lei nº 19.873/2019, em homenagem à advogada Tatiane Spitzner, assassinada em 2018, em Guarapuava.
A ação foi organizada pela Secretaria de Estado da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa (Semipi), em parceria com entidades como a OAB-PR e o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). A cada edição, o evento ganha maior adesão municipal: em 2023 foram 74 cidades; em 2024, 103; e neste ano, 180 municípios participaram da caminhada.
Assembleia Legislativa reforça presença em várias cidades
A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) marcou presença em diversas regiões do estado, com destaque para a participação de deputadas engajadas na luta contra o feminicídio. Em Guarapuava, cidade onde ocorreu o caso que originou a data, a deputada Cristina Silvestri (PP) — autora da lei que instituiu o Dia Estadual — caminhou ao lado da população.
“Hoje voltamos às ruas em memória de todas as mulheres que tiveram suas trajetórias brutalmente interrompidas pelo feminicídio. Esta data foi instituída por uma lei de minha autoria, mas a mudança real exige mobilização constante. Fico comovida ao ver mais municípios aderindo e promovendo ações concretas como essa caminhada”, afirmou Cristina.
Em Ponta Grossa, a líder da Bancada Feminina, deputada Mabel Canto (PP), participou do ato e do plantio de seis árvores, simbolizando as vítimas do último ano.
“Não podemos normalizar o medo. Precisamos de justiça, prevenção e respeito. O enfrentamento ao feminicídio é urgente e deve ser prioridade de toda a sociedade”, declarou.
Já em Francisco Beltrão, a deputada Luciana Rafagnin (PT) destacou o papel da mobilização no interior do estado:
“O dia 22 de julho nos obriga a lembrar: enquanto houver silêncio diante da violência, seguiremos perdendo mulheres. Essa não é apenas uma data de luto, mas de mobilização e resistência”, afirmou.
Na cidade de Pinhais, a deputada Marli Paulino (SD) compartilhou uma mensagem de esperança:
“Nosso compromisso com a vida das mulheres é diário. A Caminhada do Meio-Dia é um chamado à sociedade para promovermos uma cultura de paz, respeito e igualdade. Nossas meninas e mulheres não podem continuar sendo transformadas em estatísticas”, disse.
Fortalecimento das políticas públicas
A Caminhada do Meio-Dia faz parte de um conjunto de ações promovidas pelo Governo do Estado para enfrentar a violência contra as mulheres. Entre os destaques está o Programa Recomeço, que prevê o pagamento de um auxílio equivalente a 50% do salário-mínimo nacional para mulheres em situação de vulnerabilidade, além de articulações com a iniciativa privada para geração de autonomia financeira.
O Fundo Estadual dos Direitos da Mulher (FEDIM/PR) já destinou R$ 30 milhões a 178 municípios para projetos de proteção e promoção dos direitos das mulheres. Além disso, o Comitê Interinstitucional de Enfrentamento às Violências foi criado para articular políticas públicas em todas as esferas de governo.
Outra iniciativa é a Caravana Paraná Unido Pelas Mulheres, que percorreu todas as regiões do estado incentivando a criação de estruturas locais voltadas às políticas para mulheres. Como resultado, os Fundos Municipais da Mulher cresceram de 64 para 195; os Conselhos Municipais da Mulher, de 89 para 224; e os Organismos de Políticas para Mulheres, de 17 para 135.
Como denunciar violência contra a mulher
Qualquer pessoa pode denunciar violência doméstica ou familiar. Em casos de emergência, o contato deve ser feito pelo 190 (Polícia Militar). Também estão disponíveis o Disque 181 (www.181.pr.gov.br), o Disque 180, e o atendimento via WhatsApp: (61) 99610-0180, canal do Governo Federal.
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