Nesta segunda-feira (22), aconteceu a segunda edição da Caminhada do Meio-Dia em mais de 100 cidades do Paraná. Organizada pelo Governo do Estado através da Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa (Semipi), esta ação faz parte da Campanha Paraná Unido no Combate ao Feminicídio. Em memória das vítimas de feminicídio em todo o Paraná, mulheres, homens, crianças, autoridades, representantes da sociedade civil organizada e lideranças religiosas se reuniram.
Pato Branco
Afim de possibilitar a máxima participação, em Pato Branco o ato ocorreu excepcionalmente no dia 20 de julho, sábado. A nova data foi escolhida porque o comércio local não conseguiria liberar seus funcionários no dia 22, data oficial do combate ao feminicídio em âmbito estadual. Além disso, muitos servidores públicos demonstraram interesse em participar, mas enfrentavam dificuldades para obter dispensa no dia oficial.
Ana Lúcia Mendes, presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos Humanos da Mulher, relatou que a soma final da ação em Pato Branco foi positiva. “Observamos que a população tem falado a respeito da situação, tem se mobilizado, tem questionado sobre quais iniciativas estão sendo tomadas, quais leis estão em vigor e o que efetivamente está sendo feito em Pato Branco. Nesse sentido, a somatória geral foi positiva.”
Ana Lúcia destacou que houve uma participação significativa de pessoas engajadas na proteção dos direitos das mulheres. “O quórum dos diversos municípios foi similar ao que Pato Branco teve neste ano, então estamos dentro da métrica de números, não ficamos aquém. Tivemos um grupo de pessoas realmente comprometidas em dar efetividade à proteção dos direitos das mulheres”, avaliou.
Ela enfatizou a importância de que as iniciativas e atos sejam replicados e que a população continue discutindo a questão. “O objetivo geral da caminhada era conscientizar sobre a importância da denúncia e sobre o impacto que a perda de uma vítima de feminicídio tem para a família e a sociedade. Esperamos ter alcançado possíveis vítimas ou mulheres que estão em situação de violência para que denunciem”, complementou Ana Lúcia.
A caminhada do Meio-Dia reforçou a necessidade de união e ação contínua para combater o feminicídio e proteger os direitos das mulheres em Pato Branco e em todo o Paraná.
Paraná no combate ao feminicídio
Destacando a importância do evento, a secretária estadual da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa, Leandre Dal Ponte, afirmou: “É uma declaração clara pelo fim da violência contra as mulheres. Cada passo que demos representa a nossa determinação de acabar com esse tipo de violência”, declarou. “Ela representa, também, o nosso compromisso de construirmos um novo tempo, em que todas nós mulheres possamos nos sentir mais seguras e respeitadas, livres de todas as formas de violência que deixam marcas, dor, sofrimento e danos irreparáveis às vítimas que sobrevivem, aos seus familiares e a toda a sociedade. Essa é uma luta pela vida, pela liberdade e pela paz. Precisamos do Paraná inteiro, unido no combate ao feminicídio e pelo fim da violência contra as mulheres”, destacou.
Alessandra Dorte, terapeuta que sobreviveu a uma tentativa de feminicídio há seis anos, ressaltou a importância da iniciativa: “Eu me desenvolvi para isso, para poder ajudar e me posicionar por essas mulheres. Para que a minha história sirva de exemplo para tantas outras.”
A data de 22 de julho foi escolhida em homenagem à advogada Tatiane Spitzner, assassinada em 2018 em Guarapuava, um crime que teve grande repercussão nacional. A lei nº 21.926 de 2024 estabeleceu o dia estadual e determinou a promoção de ações e projetos para reduzir e erradicar o feminicídio.
A Caminhada do Meio-Dia contou com apoio de várias secretarias do Governo do Paraná, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do Ministério Público do Paraná, de clubes de serviço como Lions e Rotary, e de entidades da sociedade civil, como o Conselho Estadual da Mulher.
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