Ele confessa que tinha uma relação muito próxima com sua avó Mariquinha. “Ela era uma figura, a gente sempre brincava. Quando fui campeão mundial levei o troféu no quarto dela e agora vou levar essa medalha de novo lá. É um ritual. Lá de cima sei que ela está muito orgulhosa”, afirmou.
O surfista sabe que o Japão guarda lembranças para ele, que conquistou o evento de surfe nos Jogos de Tóquio e também foi no país asiático que ganhou o ISA Games, em 2019. Além dos títulos, outra semelhança curiosa é sobre os perrengues que passou nos dois eventos.
Na Olimpíada, Italo chegou à final com a perna machucada. Toda vez que saía da água, estava mancando. Na bateria decisiva contra Kanoa Igarashi, ele ainda teve a prancha quebrada no início da bateria e precisou trocá-la às pressas. “Foi um evento especial. Teve um momento em que tentei um aéreo e quase destruí meu joelho.”
No ISA Games de 2019, a história daria um bom filme. O surfista potiguar estava nos Estados Unidos e teve seus documentos furtados. Sem o passaporte, não podia viajar para competir no Japão. Fez tudo às pressas, falou com embaixada, recorreu a todas as pessoas possíveis e acabou chegando na praia da competição durante a realização de sua bateria. Entrou na água com um bermuda jeans, com a prancha emprestada de Filipe Toledo, e conseguiu se classificar. Depois, foi campeão.
Todo esse esforço premia o surfista, que agora já tem no currículo os principais títulos da modalidade. “Espero que tudo isso sirva de inspiração para aqueles que vêm de baixo. Eu vivo intensamente e fiz valer a pena meu último mês de treinamento. Toda a competição me desafio e no meio do caminho preciso desviar dos obstáculos”, concluiu.
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