Detectar o tumor em estágio inicial é essencial para tratar o câncer de ovário. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), esse tumor ocupa o quinto lugar em mortes por câncer entre as mulheres brasileiras.
Por não apresentar nenhum sintoma específico, a doença costuma ser confundida com problemas de saúde mais pontuais. Por conta disso, o diagnóstico geralmente ocorre quando o câncer já está em estágio avançado, tornando muito difícil a possibilidade de superar a doença. Então, é preciso estar alerta aos possíveis sinais dessa doença silenciosa.
“Esse tipo de câncer se desenvolve principalmente em mulheres mais velhas. Cerca de metade das que são diagnosticadas têm em torno de 63 anos ou mais”, afirma o obstetra e ginecologista César Patez. “É mais comum naquelas que tiveram a primeira menstruação bem cedo, antes dos 12 anos, e uma menopausa tardia, após os 52 anos. Assim como outras doenças, a obesidade e o tabagismo também podem ser fatores de risco do câncer.”
A vida reprodutiva da mulher também tem relação com o aparecimento de tumores na região do ovário. As que tiveram filhos depois de 35 anos, por exemplo, apresentam mais chances de desenvolver a doença. Ainda vale ficar atenta ao histórico familiar, em especial nos casos de câncer de ovário, mama ou colorretal.
Após fazer o ultrassom transvaginal e exames de sangue para identificar o câncer, alguns tratamentos são indicados. A escolha vai depender do estágio em que se encontra a doença.
“As alternativas vão desde a cirurgia de retirada do ovário, nos casos iniciais, podendo essa ser realizada por via minimamente invasiva, ou até mesmo ser necessária a retirada do útero, trompas, ovários, linfonodos e omento em casos avançados”, aponta. “Sabemos que o uso da quimioterapia, hormonioterapia e terapia alvo também são uma boa opção no tratamento sistêmico, enquanto a radioterapia é importante para o tratamento local.”
Os sintomas apresentados, embora associados a outras doenças, devem ser investigados se persistirem por muito tempo. Procure seu médico de confiança e faça os exames, apenas por precaução. O especialista comenta quais sinais devem ser observados:
Você sempre tem dor abdominal ou pélvica
“Nos casos de câncer, esse sinal indica que o tumor já se espalhou. Quando os pacientes são operados, a maioria tem metástase, indicando um estágio avançado do problema”, explica.
Você sente perda de apetite
“Quando o câncer de ovário toma conta do organismo, ele pode afetar a maneira como o intestino funciona. Por isso, é comum sentir náuseas e não conseguir comer tanto quanto antes”, aponta o especialista.
Você está sempre com o intestino preso
“O câncer de ovário pode fazer você se sentir inchada por causa da função prejudicada do intestino. É um problema que traz muitas consequências ao corpo”, diz César.
Você tem muita azia e refluxo
Uma frequência maior de azia e refluxo é outro sinal do câncer de ovário que nem todo mundo conhece. “Se o tumor estiver alterando a disposição dos órgãos, ele acaba causando outros efeitos negativos”, aponta.
Você sente fadiga extrema
Por conta de todas as mudanças físicas e do funcionamento inadequado do corpo, a mulher com câncer acaba sentindo uma fadiga extrema com pouco esforço. “Por ser um sinal mais vago, muitas pacientes nem levam esse cansaço em consideração. Mas é essencial prestar atenção em todos os detalhes”, acrescenta.
Você perde muito peso em pouco tempo
Outra consequência dos problemas intestinais derivados do câncer de ovário é o emagrecimento súbito. “Não ignore esse sinal, porque uma alimentação equilibrada é um dos segredos para uma vida saudável. Consumir todos os nutrientes necessários para nosso corpo faz muita diferença quando estamos enfrentando uma doença grave”, completa.
* César Patez, ginecologista e obstetra