Apesar do bom retrospecto na primeira fase – foram 18 gols marcados e apenas dois sofridos nos três primeiros jogos -, o Brasil encara a partida diante dos japoneses com muita cautela. Na teoria, trata-se de um adversário com todas as condições de ser batido pela equipe brasileiras, mas foi justamente na fase de oitavas de final da última Copa do Mundo, disputada em 2016 na Colômbia, que a seleção foi surpreendida, sendo eliminada pelo Irã.
Capitão da equipe, o fixo Rodrigo jogou aquela partida e sabe da importância de o time entrar concentrado diante dos japoneses. “O Brasil tinha essa responsabilidade de chegar, e tem a responsabilidade de chegar ainda mais (longe). Sabemos que no último Mundial foi nessa fase que a gente ficou de fora. Então tem esse peso. Mas estamos muito bem preparados para a partida”, afirmou o jogador.
Para evitar que a hecatombe aconteça novamente, a seleção brasileira fez o dever de casa. Todos os três jogos do Japão na primeira fase foram analisados pela comissão técnica, sendo dois deles in loco. “É uma equipe bastante qualificada, que procura manter a posse de bola. Tem um trabalho de passe mais rápido e envolvente”, diz o analista de desempenho da seleção, Rodrigo Carlet. “O Japão costuma trabalhar bastante com um pivô de referência, mas também faz quatro em linha”, acrescenta.
O adversário desta quinta-feira tem três brasileiros naturalizados japoneses compondo o elenco – o goleiro Higor, o fixo Arthur e o ala Rafael Henmi, um dos destaques do time. Na primeira fase, o desempenho na tabela foi apenas razoável, com o time terminando em terceiro no seu grupo.
FAVORITO, MAS “PREVISÍVEL” – Bicampeão mundial com a seleção brasileira nas Copas do Mundo de 1992 e 1996, o ex-jogador Fininho vê a seleção como favorita neste início de playoff, mas considera que o time precisa evoluir durante a disputa do campeonato. Hoje treinador do Toledo Futsal (PR), ele avaliou que a equipe de Marquinhos Xavier foi previsível em determinados momentos da primeira fase da competição.
“Geralmente a primeira fase é mais tranquila. Teve só um jogo difícil, contra a República Checa. Serviu para dar um pouco de ritmo, principalmente para os atletas de fora”, disse Fininho ao Estadão. “Mas achei o Brasil um pouco previsível demais, lento em alguns momentos. É claro que temos grandes jogadores, mas fomos um pouco previsível, sendo fácil de ser marcado.”
O bicampeão acredita que a seleção irá passar pelo Japão – se o Brasil passar pela seleção japonesa, vai encarar o Marrocos, que ontem venceu a Venezuela por 3 a 2, nas quartas de final -, mas alertou para a necessidade de concentração.
“A partir de agora o caldo vai engrossar. A Argentina venceu por 2 a 1 o Irã, e Paraguai x Japão foi um jogo difícil também. O Japão vem numa evolução muito grande”, afirmou Fininho. “No último Mundial o Brasil ficou de fora por causa de uma derrota para a seleção do Irã. Temos que encarar com muita responsabilidade e respeitar muito a seleção do Japão. Não vai ser fácil, mas creio que o Brasil irá passar”, finalizou o bicampeão mundial.
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