Segundo a CCR, o crescimento expressivo do indicador se deve principalmente à resolução do acordo de reequilíbrio da concessão da ViaQuatro com o governo de São Paulo no final de março, que acabou sendo reconhecido no exercício do primeiro trimestre. Excluindo esse reconhecimento, a companhia teria apresentado uma queda de 56,5% do lucro líquido, para R$ 126 milhões.
O Ebitda ajustado foi de R$ 2,50 bilhões de janeiro a março, avanço de 70,7% ante igual intervalo do ano passado. A margem Ebitda ajustada foi de 72,8% no primeiro trimestre, alta de 11,4 pontos porcentuais na mesma base de comparação.
A receita líquida (que exclui receita de construção) no primeiro trimestre foi de R$ 3,43 bilhões, alta de 44,1%, também impactada pelo reequilíbrio da ViaQuatro.
Segundo a superintendente de Relações com Investidores da CCR, Flávia Godoy, a companhia já registra tendência de melhora do tráfego mesmo após a segunda onda da covid-19 nos negócios. “Apesar da pandemia, a CCR está entrando em uma trajetória de recuperação. Os resultados recentes de tráfego indicam essa tendência”, disse em entrevista ao Broadcast.
Na comparação com o primeiro trimestre de 2020, período em que as restrições de circulação ainda tinham pouco impacto nos negócios, o fluxo de veículos do grupo neste ano apresentou um crescimento de 1,7%.
O lucro operacional (Ebit) ajustado foi de R$ 1,76 bilhão no primeiro trimestre, alta de 110,7% ante igual intervalo do ano passado.
Endividamento
A alavancagem, medida pela dívida líquida sobre o Ebitda ajustado (últimos 12 meses), fechou o primeiro trimestre em 2,4 vezes, ante 2,9 vezes em dezembro. A dívida líquida consolidada (IFRS) da holding atingiu R$ 13,6 bilhões em março de 2021.
No primeiro trimestre, caixa, equivalentes e aplicações financeiras do grupo alcançaram R$ 6,177 bilhões, ante R$ 6,207 bilhões em dezembro de 2020.
“A CCR continua muito confiante com as oportunidades à frente. Já tivemos conquistas importantíssimas para o grupo nas últimas semanas e seguimos com capacidade de investimentos relevantes para participar dos próximos leilões de infraestrutura”, disse a executiva.
O grupo arrematou 15 dos 22 aeroportos leiloados pelo governo federal em abril, por quase R$ 2,9 bilhões, e as linhas 8 e 9 da CPTM (em consórcio), por R$ 980 milhões. Segundo Flávia, os contratos devem ser assinados no segundo semestre, portanto, nenhum valor referente a esses leilões foi reconhecido no exercício do primeiro trimestre.
O grupo CCR realizou R$ 320 milhões em investimentos no primeiro trimestre de 2020, incluindo o ativo financeiro, sendo que a CCR ViaCosteira, CCR ViaSul e CCR RodoNorte atingiram os maiores valores.
Para 2021, a CCR havia projetado um investimento da ordem de R$ 2,046 bilhões (incluindo manutenção). “Em um contexto de pandemia, trata-se de um número bastante relevante, estamos conseguindo cumprir nossas projeções”, afirma Flávia.
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