Desde a segunda-feira, 10, ao menos 232 pessoas morreram do lado palestino. Os ataques com foguetes lançados pelos militantes palestinos mataram ao menos 12 israelenses.
Da origem da tensão ao ápice da violência
As raízes do atual confronto em Gaza estão numa série de incidentes ocorridos no entorno da mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, entre abril e maio. A combinação de operações policiais, ordem de despejo em um bairro palestino de Jerusalém Oriental e uma marcha da extrema direita israelense rumo ao Monte do Templo levou à violência na Cidade Santa em 10 de maio.
No mesmo dia, o Hamas decidiu disparar foguetes contra Israel. Ao contrário dos confrontos anteriores, no entanto, as armas do grupo palestino desta vez pareciam causar mais danos aos israelenses. Alguns foguetes conseguiam driblar o Domo de Ferro, o poderoso sistema de defesa do país, e chegar até Tel-Aviv, antes um alvo impensável. O jornalista Roberto Godoy detalhou o avanço militar do Hamas.
Israel, então, revidou, com pesados ataques à Faixa de Gaza. entre os alvos, a estrutura militar do Hamas e os líderes do grupo palestino. A violência aumentou gradativamente e, no fim de semana, teve seu dia mais sangrento, com 44 mortes. Um prédio que abrigava escritórios da Associated Press e da rede de TV Al-Jazeera foi derrubado após um bombardeio.
Diferentemente de outras crises entre israelenses e palestinos, a atual foi marcada pela tensão em comunidades do país onde árabes e israelenses conviviam em relativa tranquilidade. Saques, linchamentos e ataques com armas brancas tornaram-se comuns, principalmente em Lod, antes considerada um exemplo de civilidade entre os dois povos.
Os dois lados do conflito
Ao longo da semana, a tensão crescia, assim como o número de vítimas. Do lado palestino, o guia turístico Hassan Muamer disse ao Estadão que o atual conflito traz elementos novos à tensão histórica com Israel.
Do outro lado, onde a principal preocupação era a defesa da população contra os foguetes de Israel, os militares estavam de prontidão. Era o caso do brasileiro Henry Tkacz, que recebeu uma ligação do das Forças de Defesa de Israel (IDF), informando que sua presença poderia ser requisitada.
O impacto político
Com o cessar-fogo, que ainda não está definido a duração, os dois lados fazem cálculos políticos, como explicou o colunista Lourival Sant’Anna, e este artigo da Revista Economist. O Hamas conseguiu recuperar parte da credibilidade que havia perdido após anos comandando o enclave. Em Israel, Netanyahu conseguiu mais uma sobrevida política após ter tido sua chance de formar uma coalizão reduzida a zero.
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