“Posso dizer sem exagero que Boris Johnson e eu temos uma relação amistosa, mas, com todo o respeito que o primeiro-ministro merece, digo que em um assunto tão sério deve-se abandonar os dois pesos e duas medidas”, declarou Szijjártó em um pequeno vídeo postado no Facebook. “O hino italiano era quase inaudível, porque os fãs ingleses assobiavam muito alto”, concluiu, sem mencionar os insultos racistas.
Jogando fora de casa, a seleção inglesa foi alvo de vaias da torcida húngara já no início da partida, quando os jogadores fizeram o habitual gesto de protesto contra o racismo, se ajoelhando no gramado. Com a bola rolando, parte do público insultou vários jogadores ingleses, principalmente o autor do primeiro gol, Sterling, em direção a quem atiraram diversos objetos, como copos de plástico, enquanto outros imitavam sons de macacos para o jogador.
“É completamente inaceitável que jogadores da Inglaterra tenham sofrido abusos racistas na Hungria na noite passada. Convoco a Fifa a agir vigorosamente contra os responsáveis para garantir que esse tipo de comportamento vergonhoso seja erradicado do jogo para sempre”, escreveu Johnson em sua conta nesta sexta-feira.
Em um comunicado, a Federação Húngara de Futebol (MLSZ) prometeu punir aqueles “que perturbaram a ordem” e afirmou que os torcedores “que entraram em campo e jogaram granadas leves e óculos” estão sendo identificados, para denunciá-los à polícia e serem proibidos de comparecer a eventos esportivos por dois anos.
“A grande maioria dos 60 mil torcedores que estavam no Puskás Aréna encorajou a seleção húngara seguindo as regras do ‘jogo limpo’ (fair play), mesmo quando a equipe estava perdendo”, registrou a entidade húngara.
FIFA PROMETE “MEDIDAS ADEQUADAS” – Após o assunto virar notícias nos principais jornais esportivos do mundo, a Fifa prometeu tomar “medidas adequadas” sobre o caso. A entidade relembrou sua política de “tolerância zero” em episódios deste tipo e não descarta sanções à Federação Húngara de Futebol.
Anteriormente, a Uefa havia punido a Hungria com dois jogos sem a presença do público por causa dos insultos racistas e homofóbicos da torcida nos jogos em que a seleção jogou em Budapeste, contra Portugal e França. Os húngaros correm risco de disputar mais jogos com portões fechados.
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