“Este passo é uma oportunidade para reagrupar a oposição e reconstruir uma alternativa para mudança política”, disse o opositor venezuelano Stalin González.
Apesar do anúncio, ainda não está claro se os maiores partidos da oposição, como a Ação Democrática, o Vontade Popular e o Primeira Justiça voltarão a se unir sob o guarda-chuva da MUD. Os principais líderes opositores, como Juan Guaidó, Henrique Capriles e Leopoldo López, não deram indícios de que pretendem aceitar a oferta. Nos últimos anos, o chavismo tem recorrido à tática de oferecer pequenos acenos à oposição sem se comprometer com concessões significativas.
Sob pressão diplomática e econômica, Maduro tem feito estendido a mão aos opositores. No mês passado, o Parlamento controlado pelos chavistas nomeou juristas ligados à oposição para o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), uma medida rara no chavismo.
Na semana passada, Estados Unidos, a União Europeia e o Canadá disseram nesta sexta-feira, 25, que estariam dispostos a revisar suas políticas de sanções se o governo e a oposição da Venezuela conseguirem fazer “progressos significativos” em qualquer negociação para realizar eleições transparentes no país.
A declaração do Alto Representante da UE para as Relações Exteriores, Josep Borrell, do Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e do Ministro das Relações Exteriores do Canadá, Marc Garneau, veio após aliados de Guaidó se reunirem com autoridades americanas em Washington para discutir um possível diálogo com o governo do presidente Nicolás Maduro.
“Um processo de negociação abrangente e com prazo determinado deve restaurar as instituições do país e permitir que todos os venezuelanos se expressem politicamente por meio de eleições locais, parlamentares e presidenciais credíveis, inclusivas e transparentes”, diz a declaração conjunta.
A oposição venezuelana restabeleceu contato com autoridades norueguesas nas últimas semanas para facilitar uma negociação com o governo, depois que um esforço anterior em meados de 2019 não obteve sucesso.
A decisão de 2018 abriu caminho para o boicote de grande parte da oposição à eleição que reelegeu o presidente Nicolás Maduro naquele ano, em meio a sanções impostas pelo governo Trump e seguidas pela decisão do líder opositor Juan Guaidó de se declarar presidente interino do país. As eleições legislativas de 2020 ocorreram também sem a participação da MUD.
Com a chegada da pandemia, a já combalida economia venezuelana foi duramente afetada. O país sofreu com casos de covid-19 por já ter o sistema de saúde bastante debilitado pela má gestão chavista. Hoje, a Venezuela sofre para acelerar o processo de vacinação da população. (Com agências internacionais)
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