O Porto de Paranaguá solidifica sua posição como um dos principais eixos do comércio de soja do Brasil com a China. A China representa 91,8% das exportações de soja, este produto agrícola alcançou 3.208.185 toneladas enviadas para o gigante asiático nos primeiros três meses deste ano, de acordo com dados do Comex Stat. Este número marca um aumento de 105% em comparação ao mesmo período do ano anterior, onde se registrou 1.563.276 toneladas.
Em 2024, o Porto de Paranaguá avançou para a segunda posição em termos de movimentação nacional de soja destinada à China, aumentando sua participação para 20%, atrás apenas do Porto de Santos, que detém 42,4%. As exportações alcançaram o valor de US$ 6,7 bilhões na modalidade FOB, onde o comprador assume os custos e riscos do transporte.
Luiz Fernando Garcia, diretor-presidente da Portos do Paraná, destacou a eficiência dos portos paranaenses. “Apesar de uma redução na safra brasileira, nossos portos continuam atendendo a alta demanda chinesa com recordes de movimentação. Isso evidencia nossa capacidade e excelência operacional,” afirmou.
Os portos do Paraná, em especial o Porto de Paranaguá, têm apresentado recordes consecutivos de movimentação por oito meses, um fenômeno que pode ter sido influenciado também pelas menores safras em outros países, como a Argentina, que viu sua produtividade declinar no ciclo agrícola de 2022/2023.
Giovani Ferreira, especialista em economia do Conselho de Administração da Portos do Paraná, explicou a situação global. “Com a Argentina, que é o terceiro maior produtor de soja, enfrentando uma quebra, o Brasil com sua safra recorde de 2022/2023 aproveitou para ocupar esse espaço. Espera-se que a safra argentina deste ano seja de cerca de 50 milhões de toneladas, enquanto a brasileira deve alcançar 146 milhões,” disse Ferreira.
Além disso, o crescimento das exportações brasileiras para a China pode não ser mais impulsionado apenas pela quebra de safra na Argentina, mas também por um aumento orgânico da demanda chinesa. O fortalecimento das relações comerciais entre Brasil e China também contribui para esse cenário, em contraste com as tensões comerciais entre China e Estados Unidos.
No estado do Paraná, a diversificação da produção também é uma prioridade, segundo Norberto Ortigara, secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento. “Enquanto a soja permanece como nossa principal cultura, estamos expandindo nossa produção para incluir produtos de valor agregado como ração animal, fortalecendo nossa posição como líder nacional em proteína animal,” declarou Ortigara.
As exportações totais do Paraná somaram US$ 5,42 bilhões no primeiro trimestre do ano, representando um aumento de 4,7% em relação ao período anterior. O estado é líder na movimentação internacional na região Sul, superando o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. As vendas para a China tiveram um crescimento de 71,1%, representando 26% do total das exportações paranaenses neste período.
Este crescimento substancial na exportação de soja para a China destaca a importância estratégica do Paraná e do Porto de Paranaguá no comércio agrícola internacional, evidenciando um cenário de contínua expansão e adaptação às demandas globais.
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