“Mas de modo geral, as expectativas estão caminhando para uma direção a qual o Fed pode conte-la”, pontuou na noite desta quarta-feira, 25. Bernanke lembrou que o títulos negociados no mercado secundário que projetam inflação para cinco anos apontam para a inflação em 2,1%, muito próximo da meta do Fed. “Por isso, acredito que os choques de oferta serão temporários”, concluiu.
Já o presidente do Queens College e assessor econômico do grupo alemão Allianz, Mohamed El-Erian, um dos gurus de Wall Street, afirmou estar preocupado com a inflação nos Estados Unidos, que pode não se mostrar tão temporária como o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) tem avaliado. Um dos temores é a autoridade monetária estar atrasada em atacar a inflação, disse ele em debate na XP Expert.
El-Erian disse que espera a inflação mais perto de 3% nos EUA no ano que vem do que dos 2% perseguidos pela meta do Fed. Para o economista, a nova ferramenta de política monetária do banco central americano pode acabar fazendo o Fed responder de forma atrasada à pressão nos preços e este próprio fato ajudar a dificultar a formação das expectativas para a inflação.
O economista mostrou preocupação com os preços no atacado, com os rumos no mercado de trabalho e destacou a necessidade de se levar em conta que a inflação pode ser mais persistente e mais alta do que vimos no passado recente.
As cadeias de suprimentos têm sido redesenhadas, ressaltou o economista, destacando que os efeitos na inflação podem se mostrar mais duradouros. “Minha esperança é que o Fed se mostre certo, que esta inflação seja temporária e rapidamente reversível.”
Mohamed El-Erian ressaltou que queria ter a mesma visão do ex-presidente do Fed Ben Bernanke, que vê a inflação perdendo fôlego pela frente, mas afirmou estar bem mais preocupado.
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