Chovendinho,
leve como passos
de passarinho.
Chuviscando a terra
tal qual fraterno carinho, igual natureza de afeto.
Chovendinho, breve como chegada de mansinho,
cochicho de canção ao pé do ouvido e frescor de sereno na noite,
que orvalha novo dia.
Chovendinho, como olhar sereno,
na mansidão de uma lágrima em face menina.
Chovendinho, bem a gosto da poesia que nasce, encanta
e meus males espanta!
Chovendinho em mim,
assim como a saudade que dedilha versos e canta ninar!
Chovendinho, como aconchego de abraço,
adormecendo para o sonho da noite.
Chovendinho, como chuva de bênçãos,
fazendo crescer a alegria de chorar…
Chuviscando,
tal encanto de espera por quem logo vai chegar.
Tal vontade de amar à brisa de dourados trigais.
Chuviscando, beirando rimas de poesia,
para apenas, não mais que além,
fazer o coração saltitar nas gotículas da paixão desta prece!
Chovendo assim,
Chuviscando em mim, pareço jardineiro envolto,
cuidando de meu jardim.
Simples assim!
Rubens de Lima Camargo, cadeira 21 da Associação de Letras e Artes de Pato Branco (Alap) (PATRONO PLÁCIDO MACHADO).