“A literatura tem sido uma certa obsessão da minha vida filmando. Mas, nos últimos anos, tenho caminhado mais para filmes inspirados em histórias reais. Não sei se esgotei o ciclo da literatura do cinema”, analisava, em entrevista ao canal Tutaméia em 2019.
Entre outras das produções de Paulo Thiago, estão Poeta de Sete Faces (2002), que abordou a vida Carlos Drummond de Andrade, Vagas para Moças de Fino Trato (1993) e O Vestido (2003). Aos 14 anos de idade, encantou-se com a Bossa Nova ao ouvir Chega de Saudade, de João Gilberto, e passou a frequentar shows e também a estudar violão, tendo aulas com Roberto Menescal. A paixão pelo gênero rendeu Coisa Mais Linda – História e Casos da Bossa Nova (2005), um de seus últimos trabalhos lançados.
Paulo Thiago ainda foi produtor de obras marcantes como O Bom Burguês (1982), de Oswaldo Caldeira, Beijo na Boca (1981), de Paulo Sérgio Almeida e Engraçadinha (1981), de Haroldo Barbosa. Por seu primeiro filme, Os Senhores da Terra, recebeu o prêmio da FIPRESCI.
No passado, chegou a presidir o Sindicato da Indústria Cinematográfica e Audiovisual do Rio de Janeiro (Sicav) e a Associação Brasileira de Produtores Cinematográficos. Também esteve entre os fundadores da Associação Brasileira dos Cineastas.
O velório de Paulo Thiago ocorre neste sábado, 5, e será restrito a seus familiares. O cineasta deixa a mulher, Gláucia Camargos, produtora, e seus filhos Pedro Antonio, que também é cineasta, e Paulo Francisco, também músico.
Entre seus projetos que estavam em andamento constavam Rabo de Foguete, sobre o exílio de Ferreira Gullar na Argentina, e o projeto de um documentário sobre a história do grupo MPB-4, anunciado ano passado. Em ambos os casos, sua mulher, Glaucia Camargos, trabalhava na parte da produção das obras.
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