Se Neymar e Mbappé fizeram apresentações discretas, mesmo no primeiro tempo, quando o PSG dominou, o City esbanjou eficiência na etapa final, sob a liderança de Kevin de Bruyne, autor de um dos gols dos ingleses – o zagueiro brasileiro Marquinhos marcou o gol dos anfitriões.
Tomando conta do jogo, o time visitante virou o placar em apenas sete minutos e ficou em situação ainda mais favorável nos últimos 20 minutos de jogo, em razão da expulsão do volante Gueye. Criou chances para ampliar a vantagem, sem sucesso. Mas abriu caminho para a classificação à final, que seria a primeira de Guardiola desde os tempos de Barcelona.
Para voltar à decisão, como fez na temporada passada, o PSG vai precisar fazer ao menos dois gols na partida da volta, na próxima terça-feira, em Manchester. A outra semifinal tem Chelsea e Real Madrid. Na ida, houve empate por 1 a 1, na Espanha.
PSG e City pareciam fazer um jogo de xadrez em campo nesta quarta. Com uma rígida disciplina tática, o time da casa adiantava sua marcação a cada chance de avançar no campo de ataque, impedindo o City de fazer o mais gosta, colocar o maior número de jogadores no campo de defesa do adversário. A equipe inglesa não conseguia impor seu jogo. As trocas de passe não passavam do meio-campo e, quando chegavam na intermediária, paravam nas duas sólidas linhas de quatro do PSG. Apenas Mbappé e Neymar ficavam na sobra.
E, como o City também caprichava na marcação, muitas vezes sem conseguir passar do meio-campo, o primeiro tempo teve poucos lances de brilho e espontaneidade dos jogadores. As chances criadas eram fruto de erros do adversário, no caso do time inglês, ou de lances de bola parada, em favor da equipe francesa.
E foi assim que o placar foi alterado aos 14 minutos. Após cobrança de escanteio na área, Marquinhos subiu com certa liberdade na área e cabeceou para as redes. As outras duas boas chances do PSG também surgiram em escanteios. Aos 26, Di Maria quase fez gol olímpico. Na sequência, em outro tiro de canto, Paredes levou perigo de cabeça.
Limitado pelo rival durante a maior parte da etapa, o City só ameaçou duas vezes. Aos 20, Bernardo Silva completou lançamento longo, em lance improvável, e Navas salvou. Pouco antes do intervalo, já aproveitando espaços que o PSG começou a permitir, Foden finalizou sem marcação, mas bateu em cima de Navas, aos 41.
No segundo tempo, estes espaços cedidos pelo time francês só aumentaram. Demonstrando certo cansaço tático, o PSG recuou e passou a apostar totalmente nos contra-ataques para “matar” o jogo e a eventual classificação. A postura mais arriscada também foi adotada pelo time de Guardiola, partindo para o ataque com tudo.
Assim, a maior parte do segundo tempo foi um confronto entre pressão, de um lado, e contra-ataque, de outro. Mesmo depois que o City buscou o empate, aos 18. Kevin de Bruyne, que já havia levado perigo três minutos antes, levantou na área e Navas hesitou. O goleiro não saiu e nem foi na bola. E o cruzamento virou finalização bem-sucedida: 1 a 1.
A virada veio sete minutos depois, em mais uma falha da defesa dos anfitriões. Em cobrança de falta, aos 25, Marhrez finalizou no meio da barreira, que abriu. Navas não teve qualquer chance de alcançar a bola no canto e não deixou de reclamar do erro crasso dos jogadores do PSG.
E a situação do PSG não parava de piorar. Aos 32, o volante Gana Gueye acertou carrinho por trás no tornozelo de Gündogan e foi expulso. Se já controlava o jogo, o time inglês passou a jogar ainda mais confortável em campo em razão da vantagem numérica. Na reta final do jogo, a vitória só não virou goleada porque Foden e De Bruyne desperdiçaram boas oportunidades.
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