“Tais falas revelam total descolamento da realidade e desconhecimento do trabalho sério e comprometido com o interesse público realizado pelas instituições que compõem o Sistema S”, diz Costa no texto, divulgado há pouco. “Ao propagar esse nível de desinformação, o secretário apresenta despreparo ímpar para ocupar um cargo de tamanha relevância.”
Segundo a nota, um corte nos recursos do SEST SENAT prejudicaria milhões de trabalhadores, especialmente os caminhoneiros. As duas entidades são ligadas ao setor de transportes, sensível para o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Os caminhoneiros formam uma das bases de apoio ao presidente desde antes de sua eleição, em 2018.
Ontem, durante live do jornal Valor Econômico, Sachsida afirmou que o Sistema S precisa contribuir financeiramente com o governo. Ele defendeu a transferência de R$ 6 bilhões das entidades para um novo programa do Planalto, voltado à qualificação profissional de jovens de baixa renda. “Estou pedindo R$ 6 bilhões deles. Minha posição é muito firme: nós temos de passar a faca no Sistema S, tem de tirar dinheiro deles para passar para o jovem carente”, disse o secretário.
O Sistema S é formado por entidades administradas por associações patronais voltadas para o treinamento profissional, e parte de seus recursos vem de uma contribuição compulsória de 2,5% sobre a folha de pagamento pelas empresas brasileiras. O ministro da Economia, Paulo Guedes, já havia defendido um corte nos recursos do Sistema.
Na nota divulgada hoje, Costa afirma que em 2020, mesmo com a queda na arrecadação causada pela pandemia da covid-19, o SEST SENAT prestou mais de 9 milhões de atendimentos gratuitos. “O desempenho e a qualidade de vida de milhões de trabalhadores do transporte estão diretamente ligados ao trabalho promovido pelo SEST SENAT”, escreve.
Segundo Costa, as entidades estão dispostas a buscar junto ao governo alternativas para a retomada da economia e a geração de empregos. “Para isso, contudo, não precisamos de declarações intempestivas e sem fundamentação técnica. O que precisamos é de diálogo para estruturar soluções e respostas para a atual crise”, diz.
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