“Inicialmente, estruturamos o nosso planejamento para Tóquio pensando na melhor adaptação dos atletas ao clima, ao fuso horário e à alimentação. Mas a pandemia exigiu que, além desses aspectos, nós tivéssemos atenção redobrada à saúde dos atletas, buscando reduzir os riscos de contaminação pela covid”, explica Marco La Porta, chefe da delegação brasileira na Olimpíada e vice-presidente do COB.
Os mais afetados pelo corte na delegação serão os presidentes das confederações, acostumados a receberem convites para os Jogos Olímpicos. O grande evento esportivo costuma ser palco de contatos e conversas centrais da política esportiva brasileira. Os dirigentes costumavam participar do programa “Família Olímpica”.
Também foram cancelados os programas “Vivência Olímpica” e “Embaixadores”. O primeiro levava jovens atletas brasileiros para se acostumarem com o ambiente olímpico, de olho em futuras edições, enquanto o segundo consistia em contar com a presença de ex-atletas olímpicos para servir de inspiração aos mais jovens com suas histórias e experiências.
Entre outras medidas de proteção à delegação brasileira estão: “redução das equipes, priorizando manutenção dos serviços e programas de impacto direto à performance dos atletas; cancelamento de ações de marketing; a criação de um ambiente exclusivo e controlado na base de alta Performance do Time Brasil em Chuo (bairro de Tóquio); redução de serviços e da área de convivência; e coletivas de imprensa presenciais”.
Nesta base em Chuo, o COB pretende contar com alimentação e academia privativas para os atletas, além de serviços de fisioterapia, massoterapia e psicologia. Para as viagens dos atletas, a entidade anunciou que a chegada será antecipada em três dias para as modalidades que têm base de aclimatação no Japão, e em sete dias, para esportistas que vão direto para a Vila Olímpica.
Outra medida importante anunciada pelo COB é a criação de uma comissão médica especial para o enfrentamento da covid-19 antes e durante os Jogos. Assim, os atletas terão que preencher novos pré-requisitos para viajar, como apresentar testes ergométrico, realizado há pelo menos um ano, e de ecodoplecardiograma, com validade de 2 anos. Também será exigido exames laboratoriais, como hemograma completo, por exemplo, com validade de um ano.
A partir do dia 24 deste mês, todo membro da delegação deve informar à área médica do COB se apresentar teste positivo para o novo coronavírus. Todos que pretendem viajar, entre atletas, dirigentes e até sparrings, devem apresentar testes sorológicos feitos com regularidade entre o do dia 8 deste mês e 7 de maio. Outra regra impede que pessoas do grupo de risco façam parte da delegação.
O COB destacou ainda que todos devem permanecer em quarentena de 14 dias antes de embarcar. Serão exigidos ainda uma série de exames RT-PCR há poucos dias da viagem, o último deles 72 horas antes do embarque. E um teste de antígeno no dia do voo, já no aeroporto. Na chegada ao Japão, novo PCR será realizado em cada membro da delegação brasileira.
“Serão Jogos Olímpicos totalmente diferentes e uma das nossas estratégias, desde o início da pandemia, tem sido o monitoramento dos atletas, não apenas em relação aos sintomas da covid, mas também no que diz respeito a dores e lesões. Temos utilizado ferramentas de inteligência para realizar este acompanhamento e seguiremos dessa forma no Japão, procurando tratá-los com agilidade e eficácia”, diz a responsável pela comissão médica, Ana Carolina Côrte.
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