No show mais recente realizado em São Paulo, dividiu o palco o tempo todo com o pai. Dois pianos, nenhum outro músico ao fundo. Na plateia, era visível a emoção do público não só com a qualidade desses dois músicos, como também pela relação de cumplicidade de pai e filho: quando Benito não sabia qual música tocar, Rodrigo o auxiliava; na interação com o público, o filho também fazia as vezes de intermediário de conversas e pedidos; e, principalmente, na hora que os dois tocavam ou cantavam juntos, se percebia uma harmonia rara em shows.
No novo trabalho, além de dividir faixas com Benito em O Infalível Zen, Uma Onda no Tempo, Aurora, Voz Calada e na derradeira Nel Mezzo del Cammin, também ganha independência em Uma Flor, com uma pegada de bolero, e na interessante Ao Mundo o Que Me Deu, com toques de guitarra. Além disso, vale dizer, Rodrigo está com um trabalho cada vez mais consistente na carreira solo: em 2020, lançou o álbum O Mestre-Sala da Minha Saudade, em homenagem ao irmão, e filho de Benito, morto em 2019.
TRAJETÓRIA
“Originalmente, não era o que a gente tinha planejado”, conta Rodrigo, sobre O Infalível Zen ser assinado por ele e seu pai. “Mas o disco é uma coisa viva. Aconteceu dessa maneira. É a mesma coisa com a minha trajetória, tudo foi muito natural. Eu trabalho com meu pai desde muito pequeno. Nossos momentos de palco, de que a gente estava sentindo falta, são os que realmente fazem parte da nossa vida. Virou uma coisa natural. Desembocou nesse momento agora: esse show e esse novo disco que aconteceu assim, foi natural. Isso é bonito. Não planejamos ser exatamente dessa forma”, acrescenta.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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