“Com a valorização do dólar frente ao real, houve também um crescimento na demanda externa desses produtos, o que impactou diretamente nos preços das principais commodities, que apresentaram significativo aumento ao longo do ano. Como resultado, os dez principais produtos agrícolas, em 2020, apresentaram expressivo crescimento no valor de produção, na comparação com o ano anterior”, justificou o IBGE, em nota.
A produção de soja, de 121,8 milhões de toneladas, totalizou R$ 169,1 bilhões em 2020, mantendo-se na primeira posição no ranking do valor da produção agrícola nacional, com crescimento de 35,0% em relação ao desempenho de 2019.
A produção de milho, de 104 milhões de toneladas, gerou R$ 73,9 bilhões, um salto de 55,4% em relação ao ano anterior. A safra de cana-de-açúcar, de 757 milhões de toneladas, levantou R$ 60,8 bilhões, aumento de 11,3% ante 2019.
A produção de café rendeu 3,7 milhões de toneladas em ano de bienalidade positiva (em um ano o café produz muito, no outro não), o que somou R$ 27,3 bilhões em valor da produção, um crescimento de 54,4%.
O algodão herbáceo (em caroço) teve produção de 7 milhões de toneladas, que somaram R$ 19,1 bilhões, alta de 19,5% no valor da produção.
Os demais destaques no ranking de valor de produção foram arroz em casca (R$ 11,6 bilhões, alta de 32,7% ante 2019), laranja (R$ 10,9 bilhões, alta de 14,3%), mandioca (R$ 10,9 bilhões, alta de 23,0%), feijão em grão (R$ 10,8 bilhões, alta de 44,2%) e banana em cacho (R$ 8,6 bilhões, alta de 14,5%).
“Os bons resultados alcançados nas últimas safras, aliados aos preços compensadores das principais commodities, em virtude da elevada demanda do mercado internacional e do câmbio favorável, colaboraram para que houvesse ampliação das áreas plantadas de soja, milho e algodão, mandioca e feijão, além de maiores investimentos nos cultivos agrícolas. Somados a isso, fatores climáticos positivos colaboraram para o bom desenvolvimento dos grãos. Os resultados alcançados poderiam ter sido ainda melhores, não fosse o registro de período de estiagem severa no início do ano em boa parte do Estado do Rio Grande do Sul, derrubando a produtividade das lavouras de soja e milho, entre outras, nessa Região”, apontou o IBGE.
A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas alcançou o recorde de 255,4 milhões de toneladas no ano de 2020, 5,0% maior que a de 2019. A área plantada chegou ao ápice de 83,4 milhões de hectares, 2,7% superior à de 2019.
Mato Grosso foi destaque nacional na produção de soja, milho e algodão, mantendo a liderança no ranking de valor da produção total, com 16,8% da participação nacional. São Paulo, destaque no cultivo da cana-de-açúcar, ocupou a segunda posição, com 14,5% de participação, seguido por Paraná (12,7%) e Minas Gerais (10,1%).
Municípios com maior valor de produção
O município de Sorriso (MT) registrou o maior valor de produção agrícola do País em 2020: R$ 5,3 bilhões, o equivalente a 1,1% do total nacional. O montante representa um salto de 35,5% em relação ao ano anterior.
Sorriso obteve o maior valor gerado com a produção de milho (R$ 1,9 bilhão, um acréscimo de 58,3% em relação ao ano anterior) e soja (R$ 2,8 bilhões, alta de 29,1%), além de se destacar na produção de algodão herbáceo em caroço, o equivalente a R$ 454,1 milhões.
O município de São Desidério (BA) teve o segundo maior valor da produção agrícola do País, com R$ 4,6 bilhões, crescimento de 44,6% em relação a 2019. A produção de soja rendeu R$ 2,5 bilhões, crescimento de 76,2% no ano. O algodão gerou outros R$ 1,6 bilhão na região, aumento de 9,3%.
O terceiro maior valor da produção agrícola foi de Sapezal (MT) totalizando R$ 4,3 bilhões, uma elevação de 26,7% ante 2019. O algodão herbáceo totalizou R$ 2,3 bilhões, enquanto a soja somou R$ 1,5 bilhão.
Em 2020, os 50 municípios com maiores valores da produção agrícola geraram juntos R$ 106,9 bilhões, uma fatia de 22,7% de todo o resultado do País. Mato Grosso concentrava 20 desses municípios. Bahia e Mato Grosso do Sul detinham seis cidades cada nessa lista.
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