Na Olimpíada de Londres, em 2012, ele tinha apenas 20 anos e viajou com o grupo brasileiro para a Inglaterra dentro de um programa do Comitê Olímpico do Brasil (COB) de vivência olímpica. Lá, ele não jogou, mas conviveu com grandes estrelas do esporte e viu seus ídolos perderem a final para a Rússia, ficando com a prata. Pode-se dizer que a ida aos Jogos de Londres foi uma espécie de estágio na carreira de Lucarelli.
“A única lembrança triste que tenho de lá foi a derrota na final. São coisas do esporte, que infelizmente aconteceram com a gente. Mas, de resto, foi tudo sensacional. Os caras que me fizeram apaixonar pelo vôlei, de quem sempre fui fã, estavam lá. Eu me espelhava muito nos jogadores que estavam ali e foi um prazer enorme ter essa convivência. Eles mereciam muito aquele título”, disse.
Aquele grupo tinha jogadores como Murilo Endres, Giba, Ricardinho, Leandro Vissotto, Dante e o líbero Serginho, entre outros. Da atual seleção, o levantador Bruninho, o central Lucão e o oposto Wallace também faziam parte daquele time que levou uma virada histórica na decisão.
Por todas as situações que passou com aquele grupo, Lucarelli ressalta a importância do programa Vivência Olímpica como um aprendizado importante em sua carreira. “Foi muito legal para mim. Deu para entender o que é uma Olimpíada, o quão grande é. Depois daquele ciclo, dei o máximo para jogar a Olimpíada que foi no Brasil e tive sorte de conseguir a vaga no time”, afirmou Lucarelli.
Nesta edição da Olimpíada, o Vivência Olímpica acabou não ocorrendo por causa da pandemia de covid-19. Atletas que poderiam ter a mesma experiência de Lucarelli perderam a chance de sentir o clima dos Jogos antes da hora. Mas tudo indica que para Paris-2024 a situação já volte ao normal.
Nos Jogos do Rio, Lucarelli foi campeão junto com o time que era comandado por Bernardinho. A vivência de anos antes ajudou na sua formação. “O que sempre levo como aprendizado é a importância do trabalho. A galera corre atrás e todos continuam em um nível extremamente alto. Então só trabalhando para ser merecedor”, explica.
O Brasil estreou nos Jogos de Tóquio ganhando da Tunísia por 3 a 0. Depois de enfrentar a Argentina nesta segunda-feira, ainda vai encarar a Rússia, na sequência os EUA e, por último, a França. “Acho que o favoritismo nesta Olimpíada está bem dividido”, comenta Lucarelli, que espera repetir a dose da última edição no Japão.
“São muitas equipes que têm claras chances de chegar até a final. O Brasil tem chance de estar nesse grupo, mas acredito que muitas outras equipes também têm a possibilidade de chegar longe. Vejo com força a Rússia, a Polônia, a França, os Estados Unidos, que são sempre uma equipe que chega longe, e a Itália, entre outras”, diz.
EQUIPE POTENTE – A força do Brasil nos Jogos de Tóquio não está apenas em Lucarelli. A seleção conta com o talento do levantador Bruninho, que tem experiência para armar as jogadas de ataque da seleção. Outro fator decisivo é o ponteiro Leal, que nasceu em Cuba, mas se naturalizou brasileiro e está disputando sua primeira Olimpíada. E o oposto Wallace vem se destacando na temporada.
Todos participaram da boa campanha da equipe na Liga das Nações. O Brasil venceu a Polônia na finalíssima. Até por isso, pode ser colocado como uma das principais forças nesta edição da Olimpíada e um dos favoritos a ficar com o ouro.
Atuando no vôlei italiano, Lucarelli também entende que a França vai dar trabalho, e dará ainda mais no próximo ciclo olímpico, quanto atuará em casa em Paris-2024 e será comandada pelo brasileiro Bernardinho. “O time atual da França é muito bom e, conhecendo o Bernardo, eles vão evoluir bastante. Infelizmente ele vai agregar muito para a seleção francesa.”
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