O café especial produzido exclusivamente por mulheres no Estado tem ganhado cada vez mais destaque com o projeto Mulheres do Café, iniciativa do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) que surgiu no Norte Pioneiro e tem como objetivo a realização de ações para agregar valor à produção e valorizar o trabalho feminino na agricultura.
Em 2021, como fruto das políticas de valorização das mulheres, o projeto foi expandido para o Vale do Ivaí, o que contribuiu para uma ampliação da produção e um aumento da qualidade do produto em todo o Paraná. Atualmente, a iniciativa abrange mais de 270 mulheres, distribuídas por 18 grupos de 17 municípios, totalizando 1.100 hectares plantados.
“O projeto Mulheres do Café tem DNA paranaense porque resgata a história de sucesso que tivemos com o café e gera autonomia para centenas de mulheres e suas famílias. Elas estão gerando renda, produzindo de maneira totalmente personalizada e alcançando cada vez mais visibilidade, mostrando a força da mulher do campo paranaense”, afirma Ratinho Junior.
Nos últimos anos, a produção das duas regiões (Norte Pioneiro e Vale do Ivaí) recebeu inúmeros prêmios, o que tem garantido cada vez mais um valor acima de mercado. As agricultoras vendem a saca especial – diferente do café commodity – por um valor de 40% a 50% maior do que o tradicional.
Em 2020, por exemplo, segundo o IDR-PR, enquanto o valor do café commodity foi vendido a uma média de R$ 8,00 por quilo, o café especial chegou a uma média de R$ 20,00 por quilo – preço que pode ser ainda mais alto dependendo do comprador.
Além disso, no Paraná, segundo levantamento da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, o trabalho das cafeicultoras rendeu 27.500 sacas (cada saca tem 60 kg beneficiado) de café, sendo 3.800 exclusivas de café especial, em 2021.
Os bons resultados foram alcançados por conta de uma série de ações do IDR-Paraná e do Governo do Paraná, que passou a realizar diagnósticos e promover formações sazonais com as técnicas necessárias segundo os ciclos do café. O órgão ainda disponibiliza uma equipe multidisciplinar de 13 extensionistas para apoiar as mulheres. São economistas domésticos, assistentes sociais, técnicos agrícolas e engenheiros agrônomos.
Para alavancar ainda mais as vendas, o IDR-Paraná também criou ferramentas de avaliação dos cafés para selecionar os melhores e colocá-los à venda em forma de leilão. Chamado de Cup das Mulheres do Café, já na sua primeira edição, o café vencedor foi arrematado por um valor acima de mercado e ficou conhecido como o café mais caro do Paraná. Foram 28 quilos vendidos por R$ 3.800,00.
“Esse é um projeto que terá perenidade no Paraná e vai alcançar cada vez mais lideranças femininas. Elas encontraram um nicho, dos cafés especiais, e recebem toda a orientação técnica necessária para crescerem sozinhas. As mulheres do café são protagonistas do campo e estão mudando a vida dos municípios onde já estão inseridas. É um exemplo de sucesso no Brasil”, completa Ratinho Junior.