O vazio sanitário da soja, período em que é proibida a presença de plantas emergidas da oleaginosa no campo, chegou ao fim em 31 de agosto para a Região 2 do Paraná, que inclui o Norte, Noroeste, Oeste e Centro-Oeste do Estado. No entanto, o clima seco impossibilitou um plantio mais expressivo, resultando em semeaduras isoladas, ainda não mensuráveis em termos percentuais.
Esse tema foi abordado no Boletim de Conjuntura Agropecuária, referente à semana de 6 a 12 de setembro, elaborado pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento. O documento também destaca o aumento no preço do trigo, apesar das perdas significativas causadas por geadas e pela estiagem.
Diferente de 2023, quando o vazio sanitário começou em 10 de setembro para todo o Estado, este ano o início do plantio foi escalonado. A Região 1 – Sul, Leste, Campos Gerais e Litoral – tem permissão para iniciar o plantio a partir de 19 de setembro, enquanto no Sudoeste, o período se encerra em 20 de setembro.
Impacto do clima e previsão de chuvas
O levantamento do Deral aponta que, até o momento, os plantios registrados são isolados, devido à falta de chuvas. Em safras anteriores, 1% da área já estaria com plantas emergindo nesta fase. Para a safra 2024/25, a estimativa é de uma área plantada de 5,8 milhões de hectares, com previsão de colheita de 22,3 milhões de toneladas.
De acordo com o Simepar, há possibilidade de chuvas com volumes superiores a 10 milímetros no próximo final de semana, o que pode acelerar o plantio nas regiões já liberadas.
Aumento no preço do trigo, mas com perdas
O preço da saca de trigo teve um aumento de 4% no último mês, subindo de R$ 75,57 para R$ 78,70, o que é atípico durante o período de colheita, que passou de 1% para 18% da área. No entanto, esse aumento não compensa as perdas significativas de 17% causadas pela estiagem e geadas, como explica o agrônomo Carlos Hugo Godinho, do Deral.
“Infelizmente, esse aumento aconteceu de forma tardia e não beneficia integralmente os produtores, já que é resultado das perdas provocadas pelas condições climáticas adversas”, afirma Godinho.
Produção de olerícolas e resultados da pecuária
O boletim também analisa a produção de olerícolas, atividade presente em todos os 399 municípios do Paraná, com destaque para culturas como batata, tomate e mandioca. No ano passado, a olericultura gerou R$ 7,2 bilhões em receitas e representou 3,6% do total do agronegócio paranaense.
Em relação à suinocultura, o Paraná registrou o melhor primeiro semestre da história, com uma produção de 565 mil toneladas de carne suína, um aumento de 0,1% em relação ao mesmo período em 2023. Já na produção de carne bovina, o estado abateu 704 mil cabeças no primeiro semestre, ocupando a nona posição nacional.
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Crescimento na produção de ovos
Na produção de ovos, o Paraná manteve a segunda colocação nacional, com 225,5 milhões de dúzias no primeiro semestre de 2024, um crescimento de 5,4% em comparação ao ano anterior. O Estado de São Paulo lidera a produção, com 595,5 milhões de dúzias.
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