“Foi motivo de muito orgulho para mim abrir o caminho para toda a delegação. Com todos os protocolos adotados pela organização, a gente conseguiu ficar num formato de bolha e pôde usar a pista todos os dias. Chegar aqui e ser a primeira atleta foi incrível, estou muito feliz”, disse Ana Sátila, que vai estrear nos Jogos, nas disputas do K1 feminino, neste domingo.
“Tive uns probleminhas na hora de vir, mas não está me afetando em nada. Estou me sentindo bem nos treinos e com uma sensação gostosa na água por treinarmos em Deodoro, um canal parecido com esse. Agora é colocar tudo que treinamos na água com muita alegria e um pouco de ousadia”, disse Pepê Gonçalves.
Ana Sátila também garantiu a classificação aos Jogos Olímpicos no C1. Ela faz sua primeira descida na pista na disputa dessa categoria na próxima quarta-feira.
A brasileira está em sua terceira participação em Jogos Olímpicos, tendo estreado em Londres em 2012 com apenas 16 anos. Nascida em Iturama (MG), mas criada em Primavera do Leste (MT), a canoísta começou no esporte aos nove anos. Aos 25, vai focada para buscar um lugar no pódio.
“Eu queria nessas primeiras semanas de treino conseguir uma adaptação boa, fazer o reconhecimento da pista que tínhamos remado somente uma vez no evento-teste, me adaptar à alimentação, aos horários de descanso, ao fuso horário e ao canal. Tudo isso tem dado muito certo, me adaptei bem a tudo. A pista, por causa do cansaço, demorou um pouco mais de tempo, mas hoje eu me sinto totalmente preparada e com um trabalho muito bem feito”, completou.
Pepê, que garantiu a classificação para Tóquio em março, ao vencer a Seletiva Nacional de Canoagem Slalom, que aconteceu no Parque Radical de Deodoro, no Rio de Janeiro, teve que superar um resultado de falso positivo no teste de RT-PCR, que acabou causando um atraso na viagem. Nada que tire o foco do canoísta de Ipaussu, interior de São Paulo, que no Rio-2016 foi sexto no K1, melhor resultado de um atleta do país na canoagem slalom. Ele estreia na prova na próxima quarta-feira.
“Na hora foi difícil. Trabalhar durante 15 anos para duas semanas e pouco antes da viagem saber que não poderia embarcar porque testou positivo. Mas eu mantive a tranquilidade, foi complicado, mas eu foquei em vir para os Jogos, nem que fosse pra chegar faltando um dia para a competição. Tudo o que estava nas minhas mãos eu fiz, mas acredito que era pra ser assim. Não era pra eu ter vindo naquela data, era para ter vivido algumas coisas no Brasil antes de vir pra cá. Agora é fazer o meu com alegria, porque a gente treinou muito e sei que estamos preparados”, completou o medalhista de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019, no Peru.
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