Astudillo estava à frente da CCFFAA desde outubro de 2018. Ainda não há confirmação se a decisão do general foi aceita pelo presidente interino, Francisco Sagasti, ou pela ministra da Defesa, Nuria Esparch.
O resultado das eleições presidenciais peruanas foi anunciado na última segunda-feira, 19, após mais de 40 dias de uma contagem de votos marcada pela tensão e pelas ameaças da candidata Keiko Fujimori de não reconhecer a derrota, alegando fraude.
Ao fim, o esquerdista Pedro Castillo obteve 50,12% dos votos válidos, contra 49,87% da direitista e conservadora Keiko Fujimori. A posse de Castillo está marcada para a próxima quarta-feira, 28.
O jornal La República obteve relatos discrepantes para os motivos que levaram o general à renúncia, entre eles alegações de que a decisão foi tomada por desavença ideológica com o próximo presidente do Peru. Outros, ainda, afirmam que a equipe de transição de Castillo anunciou mudanças para as CCFFAA com as quais Astudillo não concorda e a renúncia teria sido feita para evitar atritos com o futuro governo.
Há também uma outra versão: militares próximos a Castillo, como o general Wilson Barrantes Mendoza, que preside a comissão de transição do Ministério da Defesa, se opuseram à permanência de Astudillo no cargo. A ressalva se justificaria pelas denúncias de que Astudillo estaria envolvido com desvio de combustíveis do Exército, o que afeta a imagem das Forças Armadas do país.
Em meio ao segundo turno eleitoral da disputa acirrada entre Castillo e Fujimori, um grupo de militares aposentados realizou passeatas em apoio à direitista. Os oficiais da ativa, no entanto, seguem respeitando a Constituição peruana, sem interferir na política nacional.
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