A decisão de realizar o evento foi tomada quando os índices de contaminação diminuíram e a taxa de pessoas vacinadas aumentou. Nem todas as editoras, porém, se sentiram seguras em estar lá com estande. E quem também não quiser ir poderá comprar os livros pelo site acompanhar os debates de casa – eles terão transmissão online.
A expectativa com relação às vendas é boa, principalmente por causa dos vouchers que alunos e professores ganharam. “Teremos a maior verba pública já destinada pelas secretarias de educação municipal (R$ 12 milhões) e estadual (R$ 2,5 milhões) para a aquisição de livros”, comenta Pereira. Ele acredita ainda que, por colocar o livro em evidência não só no Rio, a Bienal pode fortalecer o varejo e levar, ao contrário do que se comenta no mercado editorial, mais gente às livrarias.
Este ano a Rocco não vai ter estande na Bienal. Companhia das Letras e outras editoras também não. “A Bienal do Livro é extremamente importante para o mercado, pela visibilidade para a categoria e também pela grande interação das editoras com o público, mas a Rocco entende que este ainda não é um ano para eventos que provoquem grandes aglomerações e também considera que uma feira deste porte, em dezembro, tira faturamento das livrarias do Rio, exatamente no mês em que elas podem ter vendas maiores e recuperar parte dos prejuízos do período em que ficaram de portas fechadas ou com movimento reduzido por conta da pandemia”, diz Bruno Zolotar, diretor de Marketing e Comercial da Rocco.
A Buzz volta à feira, com investimento ainda maior do que na edição anterior. “Voltar não foi uma decisão fácil porque vínhamos monitorando semanalmente a situação de saúde do nosso País – até que quando vimos a aceleração das vacinas refletindo na queda dos casos graves, decidimos que nossos leitores mereciam passar por essa experiência novamente de desfrutar de uma Bienal do Livro e ter contato com nossos autores para poderem se preparar para esse novo normal e expandirem seus universos de possibilidades por meio das nossas obras”, diz Anderson Cavalcante, fundador da editora que está investindo cerca de R$ 140 mil e terá dois espaços de 30 m2 no Riocentro. “Esperamos vender 10 mil livros ou algo na casa de meio milhão de reais”, diz.
A Oficina Raquel também volta. Antes, a editora participava do evento no estande coletivo da Liga Brasileira de Editoras Brasileiras. Como a Libre não vai, Raquel Menezes decidiu ter seu primeiro estande solo, na Calçada Literária. No momento em que todos os outros espaços culturais já reabriram no Rio, ela acredita que é hora conjugar forças em torno da feira. “Consideramos que é importante o mercado do livro ocupar espaços no imaginário da população. A Bienal é uma marca e um modelo consagrado, principalmente no que diz respeito à visitação de estudantes (gerações de jovens tiveram a Bienal como um momento marcante de sua vida escolar). Por isso acreditamos que, para o imaginário do leitor e para o processo de formação de leitores, é importante que a Bienal retome suas atividades”, diz a editora. Seu investimento é maior este ano. “No último ano, a Oficina Raquel trouxe livros importantes para o mercado e ouvir a opinião do leitor é importante. Esse investimento é necessário para rever nossos leitores.”
O grupo Record está investindo o mesmo que investiu na edição passada. “Acredito que teremos um evento bem legal, em termos de frequência e faturamento. Digo isso porque nosso post no Instagram mostrando detalhes do nosso estande teve mais de 11 mil likes. Parece que os leitores estão animados!”, comenta Sônia Jardim, presidente do grupo editorial. “Estamos com uma campanha muito forte de brindes para quem comprar lá, de balde de pipoca a guarda-chuva! E teremos dentro da Campanha Eu Apoio a Livraria do Bairro o voucher de R$ 30 para professores que comprarem mais de R$ 60 no nosso estande, a ser usado em livrarias físicas após a Bienal. Enfim, tem tudo para ser um evento bacana sim, mas ainda com todos os cuidados e responsabilidades que a pandemia demanda”, finaliza.
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