A rainha Elizabeth 2ª morreu nesta quinta-feira (8), aos 96 anos, no Castelo de Balmoral, na Escócia. A notícia foi dada horas depois dos familiares serem convocados e a notícia sobre a gravidade do estado de saúde ser divulgada ao Parlamento britânico.
Assim como a família Real perdeu sua matriarca, diariamente pessoas precisam lidar com a perda de entes queridos, em processos que precisam ser vividos para dar vasão a sentimentos, que, se represados, podem se agravar para distúrbios mentais, como a depressão.
O caso é que ninguém quer falar sobre a morte, pensar ou ouvir sobre ela. Afinal, toda perda é difícil, dolorosa e nos traz sentimentos de medo e angústia. O problema é que todos passamos pela morte, portanto veremos muitas pessoas indo embora. Quanto maior a dificuldade de falar sobre isso, mais temos que enfrentar o sofrimento sozinhos, sem preparo e com grande dificuldade de superação.
Ficamos de luto pela perda em várias situações diferentes na vida, não necessariamente só quando falamos de morte. Pode ser a perda de um relacionamento, da infância ou adolescência, de amizades, de um trabalho ou de um sonho, e isso tudo é normal.
No entanto, o luto só se torna um problema quando permanece e a pessoa acaba adoecendo. Por isso, é importante que estejamos preparados para esse momento inevitável e que saibamos lidar com ele quando acontecer.
Entenda como funciona o processo de luto e prepare-se para lidar com esses processos.
As 5 fases do luto
Os especialistas consideram que existem cinco estágios do luto, os quais todo mundo enfrenta quando vivencia a morte de um ente querido. No entanto, nem sempre as etapas acontecem em sequência e o tempo que as pessoas vivenciam cada uma delas pode variar.
1. Estágio de negação
Nessa fase, o indivíduo tem dificuldade de acreditar na perda, então tenta se afastar dessa realidade. Também sente uma dor intensa e não consegue suportar a ideia de um futuro sem o que perdeu. Por isso, age como se nada tivesse acontecido ou racionaliza muito a situação, como se não tivesse nenhuma emoção ligada a ela.
2. Estágio de raiva
Nessa fase, o indivíduo já entendeu a morte como uma realidade e começam a surgir sentimentos de revolta, ressentimento e injustiça, que podem ser expressados de forma agressiva. A pessoa pode dirigir a raiva para si mesma ou para outras pessoas, como para o médico, para Deus ou para a própria pessoa que faleceu.
3. Estágio de negociação ou barganha
Nessa fase, a pessoa começa a imaginar diferentes situações e a tentar negociar, com Deus, por exemplo, para que a perda não seja de verdade e para que a pessoa amada volte.
4. Estágio de depressão
Nessa fase, o indivíduo percebe que a morte é inevitável e que o objeto de perda não vai voltar. Assim, ela, por fim, sente tristeza, desmotivação, apatia e acredita que não vai conseguir superar essa situação.
5. Estágio de aceitação do luto
Por fim, na última fase, a pessoa já se acostumou mais com a ideia da perda e consegue falar sobre o assunto com mais facilidade. Aos poucos, a dor diminui e é substituída por saudade e carinho. É nessa fase que a pessoa enxerga a ideia de morte com mais naturalidade e sente que está na hora de seguir em frente.
Busque ajuda
Caso perceba que esse processo está te deixando doente (você sente dores, não consegue mais sair de casa, não consegue mais conversar com os seus amigos, sente crises de ansiedade várias vezes etc.), não deixe de procurar auxílio médico ou psicológico. Afinal, existem profissionais qualificados para lidar com situações específicas como esta.
Além disso, o luto mal resolvido pode desencadear transtornos como a depressão, ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo e, até mesmo, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Assim, na terapia, será disponibilizada uma escuta atenta e técnica para o sofrimento da pessoa, para que ela possa superar esse processo de uma maneira saudável.
Atitudes que podem ajudar um parente ou amigo em luto
Lembre-se que não há maneira certa de sofrer. Algumas pessoas sofrem muito, de maneira muito rápida, enquanto outras sofrem pouco, mas por muito tempo. Assim, a primeira coisa que devemos saber é que cada um sofre de um jeito!
Pergunte “Como foi o seu dia?”
Mostre à pessoa que você se preocupa com ela e que está disponível para confortá-la. Portanto, quando não souber o que dizer, só diga: “sinto muito” ou “não consigo imaginar o que você deve estar sentindo”. Essas são frases úteis, mas você também pode oferecer um abraço. Não saia abraçando; pergunte.
Abra mão do controle
Muitas vezes queremos sugerir planos e temos pressa para resolver a situação, mas às vezes pode ser mais útil só fazer companhia e ver um filme junto com a pessoa, por exemplo.
Leve um pet
Muitas pesquisas mostram que a companhia de um animal pode ajudar na melhora de pessoas enlutadas.
Entenda a diferença cultural de gêneros
Na cultura, os homens e as mulheres são ensinados a lidar com as emoções de formas diferentes. Enquanto as mulheres podem expressar mais os sentimentos, alguns homens tendem a se isolarem mais, recorrem ao álcool ou até mesmo ficarem mais irritados.
Esteja presente
Às vezes as pessoas passando pelo luto se isolam por não saberem bem como pedir ajuda. Contudo, no fim das contas, uma simples visita já faz bem!