Complicações de saúde podem levar a quadros de impotência em homens mais jovens

Estimativas do Ministério da Saúde (MS) afirmam que aproximadamente 45% dos homens brasileiros sofrem com a impotência sexual. Nesta perspectiva, aproximadamente 11 milhões apresentam dificuldades de ereção. A faixa etária mais acometida é acima dos 40 anos, porém, alguns problemas de saúde podem levar ao desenvolvimento da doença em pessoas mais jovens.

Ainda segundo o MS, a disfunção erétil ou impotência sexual é a incapacidade persistente em obter e manter uma ereção suficiente que permita uma atividade sexual satisfatória. “Está associada com a idade: apenas 1 em cada 50 homens até 40 anos apresenta disfunção erétil, enquanto 1 em cada 4 com 65 anos apresenta este problema. Embora ela seja uma desordem benigna, pode afetar a saúde física e psicológica e ter um impacto significativo sobre a qualidade de vida dos portadores”.

De acordo com o urologista, Luis Eduardo Duraes Barboza, é importante compreender como ocorre o processo fisiológico de maneira natural, para então esclarecer sobre como a doença acontece. “Para que a ereção ocorra é necessário um processo de vasodilatação e de preenchimento de sangue no local, chamado de corpo cavernoso, que é parte do pênis que se enche de sangue e fica ereta”, disse.

A disfunção erétil, segundo o médico, é justamente um problema relacionado a esta condição. “Quando o paciente tem uma alteração vascular que esse preenchimento local com sangue, ou ainda, ele até ocorre, mas não consegue permanecer cheio mantendo a rigidez adequada para a penetração, temos configurado um quadro de disfunção”, explicou.

A impotência sexual é mais incidente em homens com idade avançada, mas não é incomum correr nos mais jovens. “As pessoas que estão mais em risco de ter disfunção erétil são aqueles acima dos cinquenta anos, e isso vai correr se houver associação aos fatores de risco da doença”, disse o urologista.

AGRAVANTES

Os fatores de risco mais comuns são obesidade, sedentarismo, tabagismo, hipertensão e diabetes. “Em ambos os casos, temos doenças ou condições que comprometem diretamente o funcionamento do sistema circulatório”.

Barboza alerta que a impotência masculina é uma doença vascular que pode servir de alerta para o surgimento de outros problemas graves de saúde relacionados. “Considerando as características da doença, existe o risco deste mesmo paciente ter alterações vasculares importantes podendo levar ao infarto, desenvolvimento de doença vascular periférica ou, até mesmo, a um quadro de acidente vascular cerebral (AVC)”, explicou.

Luis Eduardo Duraes Barboza é médico urologista, CRM 24270 PR - RQE 2893
Luis Eduardo Duraes Barboza é médico urologista, CRM 24270 PR – RQE 2893

DISFUNÇÃO X PERDA DE LIBIDO

Ainda com relação aos fatores que podem levar a impotência sexual, o médico faz questão de explicar a diferença entre disfunção erétil, condição vascular já mencionada, com a perda do interesse sexual. “No primeiro contexto, trata-se apenas da capacidade de ter ereção, no segundo, quando existe perda da libido, temos uma condição diferente caracterizada pela falta do desejo sexual”.

O urologista conta que nesta segunda situação, o paciente pode ter outros problemas de saúde relacionados, como as próprias doenças vasculares, distúrbios hormonais, ou até mesmo, transtornos de saúde mental como depressão e ansiedade.

TRATAMENTO E CURA

Sobre a possibilidade de cura da disfunção erétil, o médico afirmou positivamente, desde que o tratamento seja realizado adequadamente, com as alterações no estilo de vida recomendadas. “A disfunção dependendo da causa tem cura sim. Além disso temos tratamentos em vários níveis, considerando desde o medicamentoso via oral, com injetáveis, ou ainda com a aplicação de próteses”, explicou.

O urologista alertou, no entanto, é que muitos homens procuram tratamento, mas com uma expectativa de resolução imediata do problema, desconsiderando as causas que levaram a disfunção erétil. “Infelizmente, poucos deles acabam se comprometendo com o tratamento e com as mudanças no estilo de vida que podem realmente melhorar a saúde vascular, como a prática de exercícios físicos regulares, atenção a perda de peso, redução no consumo de álcool e cigarro, controle rigoroso do diabetes, entre outras coisas”.

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