“Apresentei minha demissão ao Comitê Organizador”, disse Oyamada em sua conta no Twitter. “Levei em consideração as observações e as opiniões das pessoas que se manifestaram (…) Apresento minhas sinceras desculpas”, acrescentou. “Me dei conta, dolorosamente, que havia faltado com o respeito a muitas pessoas, ao aceitar a oferta de dar minha contribuição musical para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio-2020”, completou.
Desde a semana passada vieram à tona vários trechos de entrevistas concedidas por ele a revistas japonesas sobre música, nos anos 1990. Nelas, Oyamada admitiu, sem remorsos, que assediou colegas de classe com deficiência quando era jovem. E fez isso durante anos.
Alguns de seus atos foram extremamente violentos. Ele teria, por exemplo, forçado suas vítimas a se masturbarem em público ou a comerem seus excrementos. Durante o fim de semana, o músico pediu desculpas, mas sem abrir mão do cargo.
O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 considerou o caso “inapropriado”. Em parte, no entanto, defendeu o artista, insistindo em que ele manifestou seu arrependimento e em seu “importante papel” na criação artística da cerimônia de abertura.
O caso afeta ainda mais a imagem dos Jogos Olímpicos, que já são alvo da hostilidade da opinião pública japonesa, preocupada com o avanço da pandemia da covid-19.
Em março deste ano, o diretor artístico das cerimônias de abertura e de encerramento dos Jogos Olímpicos, Hiroshi Sasaki, já havia renunciado por ter sugerido, internamente, disfarçar de porco a atriz e estrela japonesa das redes sociais Naomi Watanabe.
E, em fevereiro, o então presidente do Comitê Organizador dos Jogos, o ex-primeiro-ministro japonês Yoshiro Mori, também teve de deixar o cargo por declarações sexistas que provocaram protestos ao redor do mundo.
Comentários estão fechados.