Comunidades de Coronel Vivida sofrem com a falta de chuvas

Na zona rural do município, agricultores familiares registram falta de água há cerca de 15 dias; situação afeta consumo animal e humano

Em Coronel Vivida, comunidades do interior vêm sofrendo com a longa estiagem. No município, muitas famílias estão sem água há cerca de 15 dias, tanto para o consumo animal quanto humano.

Diante do problema, a Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente publicou, na última sexta-feira (7), o decreto nº 7802/2022, estabelecendo situação de emergência no município.

Conforme Assioli Santos, secretário da pasta, a falta de água vem afetando não só a agricultura e pecuária, como o próprio consumo humano. “Temos um grande problema se desenhando que é a falta de água nas comunidades, que já estão sendo abastecidas com caminhão-pipa”, contou.

Segundo ele, a maioria das fontes e reservatórios da zona rural já secaram ou estão muito abaixo do normal. Isso porque as chuvas dos últimos dias na região não apresentam o volume necessário para reabastecer esses locais.

No município, as comunidades de Linha Casteli, Palmeirinha, São Luiz, Alto Caravágio, Cristo Rei e São Sebastião, são as mais afetadas pela seca.

Auxílio do município

Para ajudar no abastecimento das propriedades no interior, a prefeitura tem distribuído água através de um caminhão-pipa. No entanto, a falta de caixas d’água nas residências têm dificultado o abastecimento.

“As famílias solicitam água para a prefeitura, mas quando chegamos lá não tem onde pôr. Por isso, nos próximos dias, iremos adquirir reservatórios de água, que serão disponibilizados aos locais com maiores solicitações de água potável”.

Outros municípios impactados

Além de Coronel Vivida, outros municípios do Sudoeste sofrem com a estiagem. Das 42 localidades na região, 18 informaram estar com problemas de falta de água e no abastecimento.

Entre os municípios, encontram-se Ampére, Bela Vista da Caroba, Boa Esperança do Iguaçu, Bom Jesus do Sul, Bom Sucesso do Sul, Capanema, Coronel Domingos Soares, Coronel Vivida, Cruzeiro do Iguaçu, Flor da Serra do Sul, Honório Serpa, Itapejara D’Oeste, Salgado Filho, Pato Branco, Pérola do Oeste, São Jorge do Oeste, Verê e Vitorino.

Entre eles, sete não possuem caminhão-pipa próprio. Para realizar o abastecimento em propriedades no interior, quatro deles contam com caminhões emprestados. São eles, Ampére, Bom Jesus do Sul, Cruzeiro do Iguaçu e Honório Serpa. Os outros municípios sem caminhão — Boa Esperança do Iguaçu, Coronel Domingos Soares e Verê — não estão fornecendo água.

Decreto estadual e reduções nas safras de soja, milho e feijão


A crise hídrica ampliou a estimativa de perdas para o setor agrícola no Paraná Crédito: Divulgação/ Prefeitura de Coronel Vivida

A crise hídrica, somada à temperatura ambiente e de solo excessivamente elevada, ampliou a estimativa de perdas para o setor agrícola no Paraná. Um levantamento preliminar aponta que o valor nas três principais culturas do período – soja, milho e feijão – está em torno de R$ 24 bilhões, com tendência de aumento.

“As perdas conferidas pelos técnicos no campo estão sendo surpreendentes e em evolução. Refizemos algumas contagens nos últimos dias e os valores são superiores aos que tínhamos verificado e anunciado anteriormente”, disse o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. “É uma perda muito relevante para nossa economia, certamente uma renda que fará falta.”

Para possibilitar tomadas de medidas de forma mais ágil e ajudar agricultores e outras categorias de profissionais afetadas pela estiagem no Estado, o governo decretou situação de emergência. “Permite que os agricultores façam minimamente renegociações com fornecedores e com bancos, e estamos atentos, junto com os municípios, para que possamos enfrentar as dificuldades de abastecimento de água para animais, para humanos, para a produção”, afirmou Ortigara.

De forma preliminar, estima-se que, até agora, a soja teve percentual de perdas de 37%. No milho de primeira safra, a previsão ainda parcial é de que haverá quebra de 34%, baixando das 4,2 milhões de toneladas previstas inicialmente para 2,7 milhões de toneladas. Os produtores deixarão de receber R$ 2 bilhões. Já o feijão de primeira safra, a estimativa parcial é de redução de 107,6 mil toneladas (39%) na produção inicial de 275.795 toneladas. Em valores, a perda deve superar R$ 429,2 milhões.

Fonte: Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab)

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