No mês retrasado, o estoque de crédito bancário chegou a R$ 4,1 trilhões, volume recorde no País e um salto de 17,8% em relação ao estoque de fevereiro de 2020. Com este avanço, a relação entre crédito e PIB chegou a 54,4%, de acordo com a Febraban, também recorde. Anteriormente, o maior porcentual, de 53,9%, havia sido atingido em 2016. Em fevereiro do ano passado, este número era de 46,7%.
O avanço dos indicadores é atribuído pela federação à busca por crédito diante da crise e aos programas emergenciais criados pelo Ministério da Economia e pelo BC ao longo do ano passado. “Ao contrário de outras crises, quando houve um recuo expressivo nas concessões, desta vez, mesmo com o forte aumento do risco nas operações de crédito e o momento extremamente desafiador e adverso, os bancos tiveram uma atuação fortemente proativa”, afirma o presidente da Febraban, Isaac Sidney, em nota.
Segmentos
Na média mensal de empréstimos concedidos, a maior alta entre março de 2020 e o mesmo mês de 2021 se deu no direcionado, que teve volume mensal de concessões 56,4% maior no período na comparação com a média de 2019. Neste segmento, que comporta crédito imobiliário ou rural, por exemplo, a média de concessões durante a pandemia foi de R$ 42,9 bilhões ao mês.
No crédito livre, a alta foi de 1,7%, com uma média de R$ 304,3 bilhões ao mês.
Por tomador, o crédito para pessoas jurídicas teve a maior alta, de 12,1%, para uma média de R$ 168,4 bilhões ao mês. No crédito para pessoas físicas, o aumento foi de 1,4%, para R$ 178,9 bilhões.
Os programas emergenciais de concessão de crédito, como o Pronampe e o Programa Emergencial de Acesso a Crédito (Peac-FGI), ajudaram a impulsionar os montantes. A Febraban afirma que foram 516,7 mil operações no âmbito do Pronampe, com R$ 37,5 bilhões em concessões, enquanto no Peac, as concessões foram de R$ 14,8 bilhões para as pequenas empresas, em 85,1 mil operações.
Custos
A entidade afirma ainda que o custo de crédito caiu ao longo da pandemia. Em fevereiro de 2020, a taxa média de juros do sistema financeiro do País era de 23% ao ano, e recuou para 20% em março. Em setembro do ano passado, bateu em uma mínima histórica de 18,1%. Já o spread (a diferença entre o custo de captação dos bancos e o quanto cobram para emprestar) recuou de 18,5 pontos porcentuais para 15,1 p.p..
Neste caso, o diagnóstico é o de que os juros devem seguir em alta nas concessões graças à reincidência do imposto sobre operações financeiras (IOF) em operações de crédito e à alta da taxa Selic, que eleva os custos de captação dos bancos.
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