Em uma iniciativa inovadora em Pato Branco, as professoras do 3º ano do ensino fundamental, Silvana Pagnoncelli e Tangriane Pessetti, lançaram um projeto escolar que une educação ambiental e práticas de sustentabilidade por meio da criação de colmeias de abelhas sem ferrão, especificamente da espécie Jataí. O projeto, desenvolvido na Escola Municipal Jardim Primavera, no Jardim das Américas, não só promove a conscientização sobre a importância das abelhas para o meio ambiente, mas também oferece aos alunos uma experiência prática e lúdica no aprendizado sobre a natureza.
De acordo com as professoras, a ideia de trazer as abelhas para a escola surgiu a partir da necessidade de conscientizar as crianças sobre a importância desses insetos para a polinização e, consequentemente, para a preservação dos ecossistemas. “Muitas crianças não têm consciência da relevância das abelhas e do porquê devemos preservá-las”, destaca Silvana. A iniciativa ganhou força após uma colmeia que existia na escola ter sido perdida devido à falta de cuidado e informação, o que motivou a equipe a atuar de forma mais ativa na educação sobre o tema.
Com o apoio de André Loregian, químico industrial com formação em Meliponicultura de São Domingos do Sul – SC, as professoras conduziram diversas atividades com os alunos, incluindo visitas ao laboratório da Universidade Tecnológica Federal do Paraná-UTFPR, onde as crianças puderam conhecer mais sobre os insetos e sua organização social. “André trouxe imagens e informações sobre o funcionamento das colmeias, o trabalho das abelhas e a importância da preservação”, conta a professora.
Uma das etapas mais interessantes do projeto foi a construção das iscas, que servem para capturar abelhas Jataí. Os alunos aprenderam a confeccionar as iscas utilizando garrafas PET, jornal e outros materiais, criando um ambiente adequado para atrair as abelhas. Essa atividade prática não só engajou os estudantes, mas também incentivou o trabalho em equipe e a criatividade, elementos essenciais na educação infantil.
O projeto, que começou em agosto do ano passado, foi tão bem-sucedido que as professoras inscreveram a iniciativa no concurso Brasil Criativo, promovido pelo programa Aprende Brasil. “Fomos finalistas entre os três melhores projetos a nível nacional. Em abril deste ano, apresentamos nossa experiência em Curitiba”, revela Silvana. Embora não tenham conquistado o primeiro lugar, a experiência foi enriquecedora e serviu como um reconhecimento ao trabalho realizado.
A produção de mel é um aspecto secundário do projeto, que tem como foco principal a conscientização e preservação. As abelhas Jataí são conhecidas por produzirem uma quantidade reduzida de mel, mas a intenção é promover a interação dos alunos com a natureza e desenvolver neles um olhar mais cuidadoso para os seres vivos. “Uma das crianças disse que gostaria de ser cientista ou apicultor. Esse tipo de feedback é inspirador e mostra que estamos alcançando nosso objetivo”, afirma a professora.
Neste ano letivo, o projeto continua, agora envolvendo novas turmas de terceiro e quinto ano, ampliando a rede de conscientização sobre a importância das abelhas e do meio ambiente. As professoras já planejam novas atividades e esperam que esse legado de cuidado e respeito pela natureza perdure nas próximas gerações, formando cidadãos mais conscientes e engajados na preservação do planeta.
Comentários estão fechados.