Foi realizada nesta quarta-feira (16) a primeira Conferência Regional de Saúde, encontro que debateu propostas de políticas públicas para a área de atendimento a saúde mental. O encontro aconteceu no Centro Universitário de Pato Branco (Unidep), e reuniu profissionais de saúde dos municípios da área de abrangência da 7ª Regional de Saúde, que promoveu o evento, e também membros da comunidade em geral e representantes das redes de atendimento.
De acordo com Anderson Nezello, chefe da regional, o objetivo da conferência é criar propostas, elaboradas em grupos de debate, que na sequência passam por votação de todos os participantes. As propostas aprovadas serão levadas para a conferência estadual de saúde mental, que deverá ser realizada em abril.
Da conferência estadual sairão algumas das propostas de políticas públicas que serão debatidas na conferência nacional. As conferências locais estão sendo promovidas em todas as regionais de saúde do Paraná.
Para Nezello, as políticas relacionadas a saúde mental vêm se transformando nas últimas décadas. “Até os idos dos anos 60 haviam os sanatórios, que se transformaram depois em hospitais psiquiátricos, que atendiam uma demanda daquele momento. O modelo daquela época já não condiz com aquilo que se tem como necessidade hoje. Então começou-se a se mudar o modelo de assistência, por isso a entrada dos CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), que fizeram parte desse processo, a rede de atenção começou a se modificar, juntamente com a atenção primária de saúde”, contou o chefe da regional.
Nezello avaliou que a pandemia trouxe visibilidade para muitos problemas de saúde mental, o que segundo ele coloca em evidência a necessidade de se abordar o assunto.
“A necessidade de rediscussão do modelo implantado, se está dando conta ou não, das nossas necessidades enquanto gestores de saúde, para que a população tenha efetivamente a segurança e a qualidade no atendimento, para suprir a sua necessidade”, completou.
Segundo Palmira Aparecida Soares Rangel, representante do Conselho Estadual de Saúde, as propostas foram avaliadas e aprovadas em plenária no período da tarde. “Já foram realizadas várias conferências regionais, assim como algumas municipais, nas cidades com mais de 300 mil habitantes. Então há várias propostas de reformulação da política de saúde mental dentro do estado e no Brasil. Essa questão da política antimanicomial, do sofrimento mental, a questão dos CAPS”, disse Palmira.