Conforme a coordenadora de Projetos da Construção da FGV do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), Ana Maria Castelo, a piora no cenário setorial reflete a preocupação com a escassez e com a elevação dos custos, além do agravamento da pandemia. A confiança dos empresários, afirma, retornou a um nível inferior ao observado antes da pandemia, com os dois componentes do indicador revertendo toda a melhora registrada a partir de maio de 2020.
“O problema persiste e não dá indicações de trégua, atingindo contratos em andamento e dificultando a precificação dos produtos. O elemento novo em abril foi o aumento expressivo das assinalações no quesito demanda insuficiente como limitador à melhoria dos negócios das empresas, provavelmente decorrente do fechamento dos estandes de vendas em algumas cidades”, diz Castelo em nota.
O Índice de Situação Atual (ISA-CST) recuou 3,5 pontos, para 84,3 pontos, ante 87,8 pontos em março. O recuo do ISA-CST foi influenciado pela piora do indicador de situação atual dos negócios, que caiu 6,3 pontos, para 84,4, o menor nível desde agosto de 2020 (81,8).
O Índice de Expectativas (IE-CST) caiu 4,0 pontos, para 86,0 pontos, o menor patamar desde junho de 2020. O recuo acumulado nos últimos seis meses é de 13,1 pontos. Segundo a FGV, o desempenho reflete a menor expectativa dos empresários em relação à demanda, já que o indicador de demanda prevista cedeu 7,6 pontos, para 84,7 pontos, o menor resultado desde junho de 2020 (83,1).
O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção subiu 5,3 pontos porcentuais (p.p), para 77,1%. O Nuci de Mão de Obra deu a maior contribuição, com avanço de 5,6 p.p, chegando a 78,6%, seguido pelo NUCI de Máquinas e Equipamentos, que aumentou 4,4 p, a 70,5%..
De acordo com a FGV, os primeiros meses de 2021 representam uma clara inflexão da retomada, já que o indicador de Evolução Recente da Atividade voltou a nível semelhante ao de agosto de 2020. Dessa forma, em abril, 16,0% das empresas sinalizaram uma redução do número de empregados nos próximos meses, ao passo que 12,1% indicaram intenção de contratar. “Após superar o nível pré-pandemia, o setor andou de lado, sem conseguir deslanchar”, afirma a instituição em nota.
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