Foi a segunda queda seguida na confiança do consumidor, o que, para a FGV, “confirma a interrupção da tendência de recuperação iniciada em abril, após a segunda onda de covid”. Ainda segundo a FGV, o tombo no ICC de setembro se deve a um conjunto de fatores, como inflação acelerando, desemprego ainda elevado, a crise hídrica encarecendo a conta de luz e as incertezas em relação à economia.
“O pessimismo é maior entre as famílias de menor poder aquisitivo – cujas expectativas em relação à evolução da situação econômica geral são as piores desde abril de 2016 – mas é bastante disseminado entre todas as faixas de renda. A fragilidade da confiança dos consumidores tem sido marcada pela grande distância em relação à confiança empresarial e pela alta sensibilidade a qualquer novo fator, tornando muito difícil a antecipação de alguma tendência para os meses seguintes”, diz a nota divulgada há pouco pela FGV.
Em setembro, houve piora tanto na percepção em relação ao presente quanto nas expectativas em relação ao futuro. O Índice de Situação Atual (ISA) caiu 1,0 ponto, para 68,8 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) despencou 9,8 pontos, para 81,1 pontos, no menor nível desde abril passado.
Entre os quesitos que compõem o ISA, o indicador que mede a percepção dos consumidores em relação à situação econômica geral apresentou queda de 2,7 pontos em setembro, para 74,5 pontos. Já o indicador que mede as avaliações sobre as finanças pessoais “manteve-se relativamente estável ao variar 0,6 ponto, para 63,6 pontos”, informou a FGV.
Entre os quesitos que compõem o IE, o que mais influenciou a queda do ICC agregado foi o indicador que mede as perspectivas em relação à situação da economia. O indicador despencou 14,3 pontos, para 97,5 pontos, o menor patamar desde março passado, quando ficou em 92,1 pontos). Já o indicador que mede as perspectivas sobre a situação financeira das famílias nos próximos meses caiu 12,8 pontos, para 79,7 pontos, no menor nível desde maio de 2020 (71,6 pontos). Diante do pessimismo, o indicador das intenções de compras de bens duráveis caiu 1,3 ponto, para 68,4 pontos, interrompendo seis meses de “recuperação lenta” no indicador, segundo a FGV.
A Sondagem do Consumidor coletou informações de 1.536 domicílios, com entrevistas entre os dias 1 e 21 de setembro.
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