O ritmo lento da vacinação, a continuidade das medidas de restrição à circulação e o cenário ainda incerto da economia influenciam na baixa da confiança do empresariado da cidade de São Paulo. O Índice de Expansão do Comércio (IEC), que mede a propensão do empresariado a investir, caiu 5,9% em maio, logo após uma queda expressiva de 7,6% em abril. O indicador está em 79,6 pontos atualmente, o seu menor nível em sete meses.
As baixas são ainda mais expressivas ao comparar com maio de 2020. No caso do ICEC, o patamar atual é 10,6% menor do que naquele mês, aos 93,9 pontos, quando também começou uma queda vertiginosa que se estenderia até junho. Enquanto isso, o IEC encolheu 9% em relação a maio de 2020, quando marcava 87,5 pontos.
Para a Federação, o declínio significativo da confiança do empresariado paulistano se explica também por fatores como a perda do poder de compra das famílias, o número crescente de desempregados e a pressão inflacionária sobre muitos produtos. Diante do cenário, a tendência é que eles deixem momentaneamente de investir nos seus negócios, esperando um sinal da retomada econômica.
Investimentos
A pesquisa mostra que os empresários estão cautelosos quanto aos investimentos: depois de cair 5,4% em abril, o Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC), que questiona os entrevistados sobre o quanto estão dispostos a investir nos negócios, retraiu mais 3,8% agora, fechando o mês com 75,4 pontos. É a pontuação mais baixa desde agosto de 2020, aos 69,8 pontos.
A curva descendente no Índice de Expansão do Comércio (IEC), por sua vez, foi puxada pelo desempenho negativo das suas duas variáveis: Expectativas para Contratação de Funcionários (ECF) caiu 6,6% e Nível de Investimento (NIE) dos negócios voltou ao nível de setembro de 2020, fechando maio em 60 pontos.
Recomendações
A principal orientação da FecomercioSP aos empresários neste momento é o planejamento financeiro. Segundo a entidade, com o aumento da inflação, é possível que os custos aumentem, fazendo com que seja necessária uma gestão mais próxima de todos os fatores que compõem o negócio.
Isso passa por reavaliar riscos e calcular os possíveis aumentos de custos, bem como ajustar os cronogramas de pagamentos e recebimentos, além dos investimentos. Ainda, é um momento para rever os preços de produtos e/ou serviços ofertados e, se for o caso, elaborar estratégias para atrair os consumidores.
Para a Federação, é também hora de ficar mais perto da gestão do fluxo de saídas e entradas de mercadorias. O Índice de Estoques (IE) caiu 1,6% em maio, apontando 99,1 pontos. É a primeira vez que o indicador cai abaixo da casa dos 100 desde setembro de 2020, o que indica que há cada vez mais inadequação dos empresários em relação aos estoques.
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