Os últimos quatro processos foram contra Pedro Pablo Kuczynski, Martín Vizcarra (duas vezes) e Manuel Merino. O Congresso aprova a destituição se houver 52 votos a favor de um total de 130. Se passar no plenário, o Peru passará pelo quinto processo de destituição, semelhante ao que afastou Kuczynski, em 2018, e Vizcarra, em 2020.
Com isso, Castillo terá de se defender em sessão extraordinária do Congresso – que é unicameral – e será oficialmente afastado com 87 votos, dois terços da Casa. O pedido menciona a “incapacidade moral” do presidente em suas nomeações políticas, um suposto financiamento irregular de campanha e tráfico de influência.
A oposição, incluindo o partido Fuerza Popular, de Keiko Fujimori, tem 43 votos, o que seria insuficiente para a medida ser aprovada. Mas, em poucos dias, a situação mudou com o surgimento de gravações nas quais Castillo aparece em uma casa com empresários que venceram licitações públicas – os encontros não foram registrados como manda a lei.
Diversos deputados de centro-direita, que inicialmente não pretendiam apoiar o pedido de impeachment, passaram a se manifestar em favor da medida. A saída de Castillo é um cavalo de batalha da oposição desde a eleição, em junho – os fujimoristas acusam o presidente de fraude, apesar do aval dos observadores da OEA e da União Europeia.
Nos últimos dias, o presidente convocou um diálogo com líderes da oposição na tentativa de se salvar do que qualificou como uma “moção sem respaldo e com absoluta irresponsabilidade”. No entanto, todos se recusaram a falar com ele.
Cerco
Se Castillo for afastado, assume a vice-presidente, Dina Boluarte – que possivelmente teria o mesmo destino. Se ela também for destituída, a cadeira fica com a chefe do Congresso, a direitista María del Carmen Alva, que deveria convocar eleições em seis meses.
“O risco é que essas novas eleições não nos levem a lugar nenhum. Mas o que temos agora é um desastre”, disse Fernando Rospigliosi, assessor de Keiko. Mas, para a ex-deputada Rocío Silva Santisteban, a destituição de Castillo pode provocar uma revolta das ruas. “Deve haver uma mobilização popular, como aconteceu com Vizcarra”, disse. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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