Através de um comunicado oficial em sua página na internet e nas redes sociais, assinada pelo presidente Alejandro Domínguez, a Conmebol relacionou quatro razões para se opor à proposta da Fifa. A primeira citada diz respeito à banalização do torneio, prejudicando o seu caráter de exclusividade e padrão de exigência.
“Uma Copa do Mundo a cada dois anos pode distorcer a competição de futebol mais importante do planeta, rebaixando sua qualidade e prejudicando seu caráter exclusivo e seus atuais padrões de exigência. A Copa do Mundo é um evento que atrai a atenção e a expectativa de bilhões de pessoas por representar ápice de um processo de eliminação que dura quatro anos inteiros e tem dinâmica e apelo próprios”, iniciou o comunicado da Conmebol.
Depois, a entidade sul-americana afirmou ser praticamente impossível administrar o calendário de competições internacionais com a mudança. “Uma Copa do Mundo a cada dois anos representaria uma sobrecarga praticamente impossível de administrar no calendário de competições internacionais. Nas condições atuais, já é complexo harmonizar horários, horários, logística, preparação adequada de equipamentos e compromissos. A situação seria extremamente difícil com a mudança proposta. Pode até colocar em risco a qualidade de outros torneios, tanto de clubes como de seleções”, prosseguiu.
A Conmebol também lembrou que não há justificativa esportiva para encurtar o calendário, pois isso afetaria o tempo de preparação das seleções.
“A ideia da Copa do Mundo é reunir os jogadores de futebol mais talentosos, os treinadores mais destacados e os árbitros mais treinados para determinar, em uma competição justa, qual é o melhor time do planeta. Isso não pode ser alcançado sem uma preparação adequada, sem equipes desenvolvendo suas habilidades e técnicos desenhando e implementando estratégias. Tudo isso se traduz em tempo, treinos, planejamento, jogos. A Conmebol defende a busca pela excelência no campo do jogo e está comprometida com eventos cada vez mais competitivos e da mais alta qualidade. Não há justificativa esportiva para encurtar o intervalo entre as Copas do Mundo”, explicou a entidade.
Por fim, deixa claro que não foi chamada a discutir a mudança antes da ideia, mas que está à disposição para isso. “Para a aprovação de uma mudança desta natureza é imprescindível um processo amplo e participativo de consultas a todos os atores envolvidos. Deve ser fruto de um debate franco, no qual todas as opiniões e critérios sejam considerados. A Conmebol está e sempre estará aberta ao diálogo que busca o melhor para o futebol”, finalizou.
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