“O movimento de alta das expectativas medianas de inflação dos consumidores brasileiros para os próximos 12 meses vem sendo sustentado pela trajetória de alta dos preços de alimentos e bebidas nos últimos períodos. Além disso, a desvalorização da taxa de câmbio e a dificuldade de obtenção de matérias-primas influenciam os preços atuais gerando expectativas de uma trajetória de aumento da inflação nos próximos meses”, avaliou Claudia Perdigão, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Na distribuição por faixas de inflação, 8,5% dos consumidores projetaram valores abaixo da meta de inflação de 3,75% estabelecida para 2021, ante uma fatia de 10,3% registrada no mês anterior. Ao mesmo tempo, a proporção de consumidores esperando inflação acima do limite superior de tolerância da meta, de 5,25%, subiu de 43,8% em março para 51,8% em abril.
A única faixa de renda com queda na expectativa de inflação em abril foi a dos consumidores de menor poder aquisitivo, de até R$ 2.100 mensais, que saiu de uma inflação esperada de 6,6% em março para 6,4% este mês. Entre os consumidores com renda familiar mensal de R$ 2.100,01 a R$ 4.800,00, a expectativa de inflação subiu 0,2 ponto porcentual, para 5,9%; entre aqueles com renda de R$ 4.800,01 a R$ 9.600,00, a expectativa mediana subiu 0,1 ponto porcentual, para 5,2%; e para as famílias com renda a partir de R$ 9.600,01, a estimativa aumentou 0,3 ponto porcentual, para 5,2%.
O Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores é obtido com base em informações da Sondagem do Consumidor. Aproximadamente 75% dos entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.
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