O paranaense ainda está pagando as medidas eleitoreiras de Requião na gestão da Sanepar. A tarifa de água e esgoto ficou congelada entre 2006 e 2010 e gerou um impacto financeiro estimado em R$ 2,3 milhões aos cofres da companhia, o que atrasou investimentos nos municípios e deixou um passivo gigante a ser pago mais de 12 anos depois daquela decisão.
O aumento na tarifa, homologado pela Agência Reguladora do Paraná (Agepar), não se deve apenas à inflação do último ano, como em qualquer serviço público, mas no custo acumulado. 1,22 ponto percentual de 4,96% são para pagar a dívida deixada pelo ex-governador. Essa revisão tarifária vem acontecendo desde 2017, impactando o caixa da empresa, que precisa honrar os compromissos com o Marco Legal do Saneamento, e o bolso da população.
Isso deve se manter até, pelo menos, 2024. Uma canetada do ex-governador Roberto Requião que puxou o Estado para baixo por 20 anos.
E esse discurso já voltou a aparecer. Volta e meia Requião fala em congelar novamente a tarifa, caso seja eleito governador no próximo pleito. O impacto de medidas demagógicas como essa volta anos mais tarde na forma de tarifas mais caras e impossibilidade de levar atendimento em saneamento e saúde pública para quem realmente precisa.
Exemplo similar aconteceu na Petrobras. A política de preços do governo federal na gestão do PT congelou as tarifas dos combustíveis. O discurso sempre foi bonito. E quando a empresa, que é patrimônio de todos os brasileiros, passou a ser administrada de maneira séria, os valores aumentaram exponencialmente, fruto de uma conjuntura que não pode ser apenas eleitoreira.
A Sanepar é de todos os paranaenses e precisa ter uma gestão comprometida com a seriedade. Políticas sociais são feitas com isenção de tarifa para famílias que realmente precisam, como no programa Água Solidária, lançado no ano passado, chegando a 230 mil famílias, e tarifas justas para os demais, alcançando, de maneira seguida, os melhores índices de saneamento do Brasil.
O Paraná é exemplo global pelas suas ações de proteção da água e de destinação correta do esgoto. Agora, 77,5% das cidades atendidas já têm coleta e tratamento de esgoto, com as maiores muito próximas de 100%. No abastecimento público, a Sanepar já atende 100% da população urbana. Também já começaram as obras da Reserva Hídrica do Futuro, uma conquista que terá impacto na proteção da biodiversidade para as próximas gerações.