Em entrevista ao The Guardian, antes de a Espanha enfrentar a Polônia pela Eurocopa, neste sábado, em Sevilha, o meia do Liverpool não poupou críticas ao VAR. “Tenho aquela mentalidade de ‘odeio o futebol moderno’. E uma atitude mais clássica”, afirmou o jogador, que pegou ranço da tecnologia após ver o clube inglês prejudicado em algumas decisões polêmicas na temporada passada.
“E depois há o VAR, ao qual sempre me opus. Remove a essência, o picaresco. Cometemos erros quando jogamos, os árbitros também devem cometer, pois são humanos. Sem malandragem, muitos momentos famosos da história do futebol não teriam acontecido”, enfatizou o filho de Mazinho. “Além de tudo, quando marcamos, mesmo que seja um gol brilhante do meio-campo, temos de esperar, pois pode ser anulado.”
O meia odeia ter de ficar aguardando para saber se um gol foi legítimo. Para ele, aqueles minutos de apreensão acabam até com a comemoração espontânea. “Você fica pensando: espero que não haja uma falta na preparação, espero que não haja impedimentos, espero, espero….”, detonou.
Sobre futebol no campo, o jogador lamentou o desaparecimento cada vez maior dos clássicos camisas 10. “O futebol está adquirindo um ritmo diferente: mais acelerado, mais físico”, avaliou. “E a figura do número 10 quase desapareceu. Vemos menos mágica, menos fantasia. Os jogadores de futebol fazem mais, mas mais rápido.”
Esclarecido, ainda lamentou outra ausência do futebol: o drible. “Não há necessidade de driblar mais porque você só corre. Os jogadores são mais desenvolvidos em todos os sentidos”, falou. “Você perde aquele jogador que é diferente, que ‘respira’. O craque que era mais lento mesmo tendo uma técnica sublime não tem oportunidade de virar.”
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