A Copel segue normas rigorosas para o licenciamento ambiental na construção de usinas, subestações e linhas de transmissão. Entre as medidas, estão ações de proteção à fauna nativa, com foco especial em espécies ameaçadas de extinção.
De acordo com a bióloga Camila Fontanella, analista ambiental da companhia, os estudos prévios incluem o levantamento das espécies presentes na área antes do início das obras. Quando necessário, são aplicadas etapas de monitoramento e resgate da fauna, garantindo que os animais sejam conduzidos de forma segura a outras regiões, em uma prática conhecida como afugentamento.
Monitoramento e resgate de animais silvestres
Durante a retirada de vegetação, a velocidade dos trabalhos é controlada para permitir o deslocamento dos animais. Trabalhadores recebem orientação para lidar com possíveis encontros com a fauna.
Quando não conseguem se deslocar, os animais passam por avaliação de biólogos ou veterinários. Os saudáveis são soltos em áreas seguras; já os que apresentam algum comprometimento recebem atendimento especializado. O monitoramento prolongado permite avaliar impactos e ampliar o conhecimento sobre as espécies locais.
Sinalizadores reduzem colisões de aves em linhas de energia
Uma das medidas mais eficazes da Copel para proteger aves é a instalação de sinalizadores em linhas de transmissão e distribuição. Os dispositivos em espiral, feitos em PVC amarelo, aumentam a visibilidade dos cabos e reduzem o risco de colisões.
Segundo Fontanella, a cor amarela tem alta visibilidade, principalmente em períodos de baixa luminosidade, como amanhecer e entardecer. O monitoramento das áreas com e sem sinalizadores é feito por empresas especializadas, seguindo metodologia científica, com observações pela manhã e à tarde.
Estudos de fauna com valor científico
Além do cumprimento da legislação, os estudos de fauna realizados pela Copel contribuem para pesquisas científicas e políticas públicas de conservação. Em alguns casos, os levantamentos representam os primeiros registros formais de espécies em determinadas áreas.
“Essas informações são valiosas não apenas para a gestão ambiental dos empreendimentos, mas também para órgãos ambientais e instituições de pesquisa”, destaca Fontanella.
Programas de reprodução e parcerias ambientais
Na Usina Governador Ney Braga (Segredo), a Copel mantém a Estação Experimental de Estudos Ictiológicos, responsável pela reprodução e repovoamento do surubim-do-Iguaçu, peixe endêmico e ameaçado de extinção. Há também parceria com o AquaFoz e a Universidade Estadual de Maringá (UEM) para estudos genéticos da espécie.
Outra frente é o Programa Grandes Mamíferos da Serra do Mar, em parceria com o Instituto de Pesquisas Cananeia e o Instituto Manacá, que monitora a vida selvagem em 1,7 milhão de hectares da Mata Atlântica no Paraná e em São Paulo.
Segundo a bióloga Sandra Elis Abdalla, gerente da Divisão de Biodiversidade da Copel, as obras contam ainda com o Programa de Educação Ambiental para Trabalhadores, que conscientiza sobre caça, pesca, condução segura e prevenção de atropelamentos de animais silvestres.
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