Copel cria comitê de crise para resolver quedas de energia na região

Aline Vezoli

A Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (Amsop) e a Associação das Câmaras Municipais do Sudoeste do Paraná (Acamsop) receberam na sexta-feira (11), uma audiência pública para debater os frequentes problemas causados por quedas de energia elétrica na região, algo que vem acontecendo desde 2019 e deixando prejuízos para o setor industrial e do agronegócio.

Na ocasião, o presidente da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel), Daniel Pimentel Slaviero, criou um comitê de crise para encontrar soluções e evidenciar o que foi feito pela companhia nos últimos anos.                                                                            

Segundo o Presidente da Amsop e prefeito de Francisco Beltrão, Cleber Fontana, os prejuízos causados são, principalmente, sentidos pela produção de leite, frango e indústrias. “Os 42 municípios do Sudoeste estão preocupados e ficamos felizes de o presidente da Copel trazer soluções”, comenta.

Fontana ainda afirma que o crescimento da região foi maior do que o montante investido pela companhia, “então, é preciso corrigir e buscar o equilíbrio entre o desenvolvimento, progresso e fornecimento de energia que precisamos”, conclui.

O presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Ademar Traiano (PSDB) comentou que o evento é um pleito de todos os deputados que representam a região, “que conhecem as necessidades do nosso empresariado, das lideranças locais e prefeitos. Convocamos a Copel para expor o que está sendo feito e o que pode ser feito para sanar o problema grave de quedas de energia”. 

“A região Sudoeste paranaense é produtiva e economicamente baseada no agronegócio, portanto, essa situação atinge, todos os setores, inclusive produtores de leite e aves da região, que já registram dificuldades econômicas em razão do aumento de insumos; sem falar dos produtores rurais que dependem da eletricidade para continuidade das suas atividades”, afirmou o deputado estadual, Luiz Fernando Guerra Filho (PSL).

Investimentos

De acordo com o presidente da Copel, a audiência pública foi realizada para expor o que foi feito nos últimos três anos e qual o planejamento para os próximos anos. “Em 2022 haverá o maior investimento da história da Copel, com mais de R$ 1,6 bilhão de reais, sendo que deste montante, R$ 352 milhões serão voltados para a região Sudoeste”, fala.                         

Slaviero destaca que o problema já foi amenizado, porém, é necessário ampliar os investimentos e acelerar o processo para que produtores e empresários não continuem sofrendo prejuízos causados pela falta de energia. “Estamos aproveitando a Expobel para conversar com grandes frentes de sindicatos e analisar o que precisa ser feito, pois, das 14 subestações de energia, quatro estão no Sudoeste do Estado”. 

O presidente aproveitou o encontro para falar sobre o Programa Paraná Trifásico, “que é o maior programa de rede trifásica da América Latina”, comentando ainda que a continuação do programa está demorando devido a falta de cabo, alumínio e cobre. “Não é uma questão de dinheiro ou investimento, é uma questão das commodities dos produtos, mas tenho certeza que se continuarmos nesse ritmo, o Paraná vai ter a melhor energia do Brasil”, afirma.

Como forma de diminuir as quedas de energia, Slaviero afirma que a Copel possui três frentes para resolver o problema, sendo o primeiro, o Paraná Trifásico. O segundo passo são as redes elétricas inteligentes, compostas por medidores e reforço em equipes de manutenção. Como terceira opção, devido ao crescimento da vegetação que foi apontado como um grande problema, a Copel deve ampliar as equipes. “Além disso, nos últimos 18 meses enfrentamos os três piores eventos climáticos da história da companhia, sendo um deles o ciclone bomba. Mas temos que desconectar os fatos isolados para as questões do dia a dia e que prejudicam os produtores e a indústria, esse é o problema a ser resolvido na região”, conclui.                                                     

O comitê de crise, segundo o presidente da Copel, será liderado pela Amsop, pela Associação das Câmaras Municipais do Sudoeste do Paraná (Acamsop). Servidores da Copel, representantes da Assembleia Legislativa, de entidades de produtores rurais e cooperativas também devem compor o comitê. Os membros devem ser indicados até segunda-feira (14) e a duração será de 60 dias.

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1 comentário
  1. José Diz

    As frequencias das interrupções de energia em alguns bairros de Pato Branco tem sido muito grandes, e não se ve empenho da copel para resolver isso

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