“O Copom considera que, no atual estágio do ciclo de elevação de juros, esse ritmo de ajuste é o mais adequado para garantir a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante e, simultaneamente, permitir que o Comitê obtenha mais informações sobre o estado da economia e o grau de persistência dos choques”, alegou o BC no comunicado, ao sinalizar uma nova elevação de mesma magnitude no próximo encontro.
Inflação
Após os dados mais recentes da inflação mostrarem um IPCA acumulado de 9,68% em 12 meses até agosto, diversos economistas chegaram a apostar em uma intervenção maior nos juros nesta reunião, com um aumento de mais 1 p.p. na Selic. No entanto, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, realinhou as expectativas na semana passada ao afirmar que o colegiado não iria reagir a cada novo dado divulgado sobre a dinâmica de preços ao consumidor.
Mais uma vez, o colegiado ressaltou que essa posição pode mudar, já que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária.
No comunicado de hoje, o Copom reforçou a fala de Campos Neto de que o BC irá levar a Selic até onde for necessário para combater a inflação. “Neste momento, o cenário básico e o balanço de riscos do Copom indicam ser apropriado que o ciclo de aperto monetário avance no território contracionista”, enfatizou o documento.
Juro real
Com os cinco últimos aumentos da Selic, o Brasil voltou a registrar uma das maiores taxas de juros reais (descontada a inflação) do mundo. Cálculos do site MoneYou e da Infinity Asset Management indicam que o juro real brasileiro está agora em +3,34% ao ano. O País possui o segundo juro real mais alto do mundo, considerando as 40 economias mais relevantes. Atualmente, o País só registra uma taxa real inferior à da Turquia (+4,96%). A taxa real média desses 40 países está em -1,36%.
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