
O Banco Central (BC) decidiu, por unanimidade, manter a Taxa Selic em 15% ao ano, interrompendo o ciclo de elevação dos juros básicos da economia. A decisão, já esperada pelo mercado financeiro, foi anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) nesta quarta-feira (30).
Motivos para a decisão
Em comunicado, o Copom afirmou que a pausa no aperto monetário ocorre diante do recuo da inflação e do início da desaceleração econômica, mas alertou para riscos externos.
“O comitê acompanha, com atenção, os anúncios referentes à imposição de tarifas comerciais pelos Estados Unidos ao Brasil, reforçando a postura de cautela em cenário de maior incerteza”, destacou o texto.
A autoridade monetária ressaltou que seguirá vigilante e poderá retomar a alta dos juros se necessário. A Selic permanece no maior patamar desde julho de 2006, quando estava em 15,25% ao ano.
Histórico recente da Selic
Desde setembro do ano passado, a taxa foi elevada sete vezes consecutivas, após permanecer entre 10,5% e 11% durante parte de 2024. As altas variaram de 0,25 a 1 ponto percentual, refletindo a estratégia do BC para conter a inflação.
Inflação e metas
A Selic é o principal instrumento para controlar a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em junho, o índice recuou para 0,24%, acumulando 5,35% em 12 meses, acima do teto da meta contínua (4,5%).
O IPCA-15 de julho, prévia da inflação oficial, veio acima do esperado, pressionado por tarifas de energia e passagens aéreas. Pelo sistema de meta contínua, em vigor desde janeiro, a inflação deve ficar em torno de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
O último Relatório de Política Monetária do BC reduziu a projeção do IPCA para 2025 para 4,9%, mas o mercado espera 5,09%, segundo o Boletim Focus.
Impactos na economia
Juros altos ajudam a conter preços, mas também reduzem o consumo e a produção, dificultando o crescimento econômico. A estimativa do BC para o PIB de 2025 é de 2,1%, enquanto o mercado projeta 2,23%.
A taxa básica serve como referência para todas as taxas de juros no país, afetando financiamentos, crédito e investimentos.
Comentários estão fechados.