Coronel Vivida agora tem certificado do Susaf

Coronel Vivida agora têm a oportunidade de expandir suas atividades, no que ser refere à produção de alimentos pela agricultura familiar. Isso porque, na sexta-feira (19), o município recebeu o certificado do Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf). Com isso, possibilitará aos produtores, adequados às normas sanitárias, que comercializem em todo o Paraná.

“Susaf é um serviço de inspeção equivalente ao Serviço de Inspeção Municipal (SIM). A partir do momento que o SIM está regulamentado e ativo, o gestor municipal solicita adesão ao Susaf”, diz Leunira Tesser, chefe do núcleo regional da Seab, em Pato Branco.

Segundo ela, existe uma câmara técnica, formada por profissionais da área das agroindústrias, e todo um trâmite de documentação, feito via Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). “Depois que é reconhecido para ter o certificado do Susaf, o município passa a cadastrar as agroindústrias que queiram vender por esse serviço de inspeção”.

Conforme Leunira, o cadastro é semelhante ao SIM. “Existem alguns critérios diferenciados e aderem ao Susaf as agroindústrias familiares que tenham interesse. O SIM no município continua, mas tem a possibilidade de ter um SIM e um Susaf; e, com isso, vender em todo o Estado”.

Ela conta que a chancela Susaf é muito parecida com o Serviço de Inspeção do Paraná (SIP/POA), porém atende a agricultura familiar e as agroindústrias de pequeno porte. “Para que o Estado tivesse o Susaf e pudesse dar essa certificação, o governador Ratinho Junior assinou o Decreto 4.229, solicitando a adesão ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em março de 2020. Com a liberação do Mapa, nós, chefes dos núcleos de Pato Branco, Francisco Beltrão e Dois Vizinhos, nos reunimos entre a chefia da Seab, os supervisores da Adapar e os gerentes do IDR/Emater. Visitamos as prefeituras, explicando sobre a nova possibilidade de proporcionar aos agricultores do município, e muitos encaminharam, como é o caso de Coronel Vivida”.

Conforme o supervisor regional da Adapar Pato Branco, Pedro Castro Tondo, além de Coronel Vivida, neste ano, outros dois municípios da microrregião de Pato Branco também passaram a ser o Susaf: Itapejara D’Oeste e Sulina. “Chopinzinho, Palmas, Mariópolis e Saudade do Iguaçu estão a caminho. Primeiro precisam se adequar na legislação municipal, para poder ingressar. Talvez alterar alguma lei ou resolução dentro da prefeitura, que é cobrado pela Adapar”.

Expansão

Nesse primeiro momento, três agroindústrias familiares de Coronel Vivida já podem comercializar seus produtos, uma vez que receberam o selo Susaf: duas de embutidos (das famílias Troczinski e Cirino) e uma de mel (Néctar das Flores, da família Loregian).

Em breve, conforme o secretário municipal de Desenvolvimento Rural, Assioli Santos, outras duas agroindústrias devem receber o selo, uma relacionada a peixes e outra queijos. “Será um total de cinco, em um curto prazo, habilitadas para essa venda. Com certeza, teremos grande número de produtores, que vão se motivar com o Susaf para também iniciarem suas atividades”, comemora, completando que essas duas agroindústrias devem receber as certificações nos próximos 30 a 60 dias.

A médica-veterinária e fiscal responsável do SIM em Coronel Vivida, Manuela Brancalione Menegatti, afirma que a conquista foi um trabalho de formiguinha, com muitas pessoas envolvidas. “Foi a passos lentos, que gostaríamos que fosse mais rápido. Porém, seguimos toda uma legislação. Não podemos fugir disso, precisamos seguir as regras”.

Ela diz que a documentação começou a ser organizada em novembro do ano passado. “Contudo, o SIM está organizado há muito tempo. Inclusive todo esse trabalho começou com a figura do Miguel Ângelo Machado Carli (em memória). Só dei sequência ao trabalho organizacional que ele já vinha fazendo, e que cuido com muito carinho”.

Com o Susaf, o prefeito Anderson Barreto afirma que ampliará horizontes. “Isso possibilitará comercializar produtos em todo o Estado, atingindo praticamente 11 milhões de consumidores. Saindo de um público em torno de 20 mil. Então é uma conquista muito importante, que a Secretaria Municipal de Agricultura e o nosso SIM conseguiu. Agradeço a eles, bem como ao secretário de Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) Norberto Ortigara e à chefe do núcleo da Seab, Leunira Tesser, que também se empenharam para que conseguíssemos”.

Famílias

Das três agroindústrias vividenses com Susaf, a de embutidos Troczinski existe há mais tempo: cerca de 15 anos, na comunidade de Rio Quieto. Nela, Alberto Troczinski, sua esposa e as duas filhas produzem salame, torresmo e banha. “Ficamos contentes, porque com isso vamos conseguir ter um faturamento maior. Com a venda somente no município conseguimos nos manter, mas sobra pouco. Então, se ampliarmos a comercialização, sobrará limpo”, declara o produtor, completando que a família agora pretende retomar a produção de linguicinha.

Também na área de embutidos, a agroindústria Cirino está há nove anos em atuação, na comunidade Flor da Serra, em uma estrutura pública, no antigo Cepagro.

Valdir Cirino conta que, além dele, trabalham outras três pessoas no local, onde produzem salame, banha, dois tipos de torresmo (tradicional, de pacote e o da pancetta), bacon em cubinhos, bacon em pedaços, linguicinhas (com queijo, pimenta, cebola, tradicional), banha com a carne e cracóvia. “O Susaf para nós será de grande valia, pois vamos ampliar a produção, continuando com a qualidade que a gente já vinha tendo, e fazer com que o consumidor consiga adquirir todos os produtos que estamos produzindo”.

Já a Néctar das Flores, em Nossa Senhora da Salete, produz mel há cerca de 20 anos. Porém, conforme Elisangela Loregian, ela, seu esposo e filho têm a agroindústria desde abril deste ano liberada pelo SIM. “Foi bastante trabalho. Há muitas coisas que não sabíamos em relação à qualidade, mas nos adequamos, como a estrutura, de 30 metros quadrados, para a produção; aquisição de maquinários em inox, atendendo entre outras normas”, diz, observando que, “além de toda a higiene necessária, o mel é mandado para análise em laboratório, garantindo a sua qualidade”.

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