Durante o depoimento, Santana irritou senadores. Beneficiado por um habeas corpus, hora não respondia as perguntas do colegiado, e, nos momentos em que optava responder, relatava não ser capaz de lembrar de detalhes referentes às perguntas.
O depoente entrou na mira da CPI por ter marcado presença em jantar realizado em Brasília, em 25 de fevereiro, quando teria sido feito um suposto pedido de propina em cima da oferta de venda de doses da vacina contra covid-19 da AstraZeneca pela empresa americana Davati. Sobre o tema, Santana declarou apenas não ter presenciado “nenhum pedido de vantagem indevida” durante o encontro.
O jantar contou com a presença do ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias – apontado como responsável pelo pedido de propina -, do ex-assessor do Departamento de Logística coronel Marcelo Blanco, e do policial militar Luiz Paulo Dominghetti – que acusou Dias do pedido. Essa relação dos presentes foi uma das poucas respostas que os senadores conseguiram do depoente.
As relações de Santana com pessoas dentro do Ministério da Saúde também foram questionadas, mas o empresário, mesmo confrontado com áudios e reportagens, afirmou ser incapaz de lembrar como teria conhecido diversos personagens que já marcaram presença na CPI. Um dos exemplos foi o da médica Nise Yamaguchi, com quem Santana se reuniu, mas pouco soube falar sobre as discussões que teve durante seu encontro.
O empresário atuou como ex-secretário-executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). Logo após deixar a agência reguladora, em março de 2020, afirmou que foi convidado por Roberto Dias para integrar o Ministério da Saúde, uma participação rápida, disse.
Santana relatou ter atuado por cerca de cinco semanas na Pasta, sem receber salário. Além de alegar não lembrar dos vencimentos , o empresário usou ser habeas corpus para evitar responder a pergunta sobre seus rendimentos.
Outro assunto sem explicação do depoente foi com relação a uma série de mensagens que teria ele trocado com Marconny Nunes Faria, reveladas pela CPI. Os contatos enviados por Faria, apontado como a Marconny como um lobista que atuava na defesa dos interesses da Precisa Medicamentos, a Santana diziam respeito a procedimentos que precisam ser feitos para que a farmacêutica vencesse um processo licitatório na Saúde, um “passo a passo”, como diziam as mensagens.
O vice-presidente da Comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) classificou a troca de mensagens como a descrição do “caminho do crime”.
Comentários estão fechados.