No âmbito da CPI, senadores querem coletar informações do período em que Braga Netto chefiou a Casa Civil, entre fevereiro do ano passado e abril deste ano, e sobre a atuação do ministro na pandemia. Ele chefiou o comitê interministerial de combate à crise do novo coronavírus. A convocação dividiu os senadores e será reapresentada para votação em outro momento.
“No momento de maior dificuldade da pandemia, quem estava coordenando era o ministro da Casa Civil, Braga Netto, e não o general. Se eu tiver que votar, meu voto é favorável à convocação do general Braga Netto”, disse o presidente da CPI.
O relator da comissão, Renan Calheiros, classificou a convocação do ministro como um “dever funcional”. “Nós não queremos trazer apenas porque ele está tentando desestabilizar os Poderes, emporcalhar a democracia, promover retrocessos institucionais. Não é por isso. Nós precisamos trazer porque ele foi o coordenador do comitê de crise de enfrentamento à pandemia de covid-19 e certamente tem responsabilidade grande sobre mortes que poderiam ter sido evitáveis”, disse Renan.
Autor do requerimento de convocação, Alessandro Vieira argumentou que Braga Netto precisa ser chamado para explicar sua atuação no governo envolvendo a pandemia “Esta é a figura que tem que explicar porque ele, como coordenador, foi incapaz de evitar esse desastre”, disse.
Outros senadores, porém, foram contra em função do risco político. Para Eduardo Braga (MDB-AM), a CPI precisaria ter acesso a uma série de informações antes de convocar o ministro da Defesa. “Criar um factoide político e não termos questionamentos, esta conclusão da CPI, me parece a construção inoportuna diante de um cenário político nacional”, disse o emedebista. Otto Alencar (PSD-BA) disse que a melhor decisão seria adiar a convocação.
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