Conforme a Polícia Militar, os criminosos aproveitaram a cheia dos rios amazônicos e chegaram de lancha à cidade, de 13 mil habitantes. Após atear fogo aos veículos, eles fugiram pelo rio. As chamas atingiram a porta da delegacia, obrigando os policiais a fazer a retirada dos presos das celas. Durante a ação, um detento foi atingido pelo fogo e teve queimaduras de segundo grau em uma pena. Outro preso aproveitou a correria e fugiu – ele não tinha sido localizado até o início da tarde. O incêndio foi controlado, mas os veículos ficaram destruídos.
Outro ataque atingiu a escola de um assentamento rural, na BR-319, em Careiro Castanho, a 124 km de Manaus. Moradores acordaram com o prédio em chamas. O fogo consumiu móveis, apostilas, computadores e livros de uma biblioteca. O secretário de Segurança Pública, Louismar Bonates, disse que esses ataques estão relacionados com a onda de violência que atingiu o Estado após a morte de um traficante ligado ao Comando Vermelho, no último sábado, em confronto com a polícia.
Trégua
Na tarde de segunda-feira, 7, o ministro da Justiça, Anderson Torres, anunciou o envio da Força Nacional de Segurança ao Amazonas, devido à crise na segurança pública do Estado causada pela ação organizada de grupos criminosos. Além da capital, os ataques aconteceram em seis cidades do interior: Careiro Castanho, Iranduba, Manacapuru, Parintins, Rio Preto da Eva e Caapiranga. Conforme o secretário, os primeiros 144 militares da força chegariam a Manaus na noite desta terça-feira, 8.
Depois de dois dias convivendo com veículos incendiados nas ruas e ataques a prédios públicos, agências bancárias e empresas, Manaus teve uma trégua nesta terça-feira. Após uma noite sem ataques, 100% dos ônibus do transporte público voltaram a circular e os postos de saúde retomaram a aplicação da vacina contra a covid-19, que tinha sido suspensa.
As aulas nas redes municipal e estadual, no entanto, não tiveram a retomada presencial e continuavam apenas na forma remota. O atendimento ao público em repartições municipais também estava suspenso por medida de segurança, segundo a prefeitura. Em toda a capital, havia barreiras da Polícia Militar com abordagem e revista de veículos. Até o início da tarde desta terça, 35 pessoas tinham sido presas – 19 na capital e 16 no interior -, suspeitas de participação nos ataques. Entre os presos, estão três líderes do Comando Vermelho, segundo a Secretaria da Segurança Pública.
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